Pensar em Demasia faz Mal
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Felizmente o dia está quase a acabar. O misantropo procurou ser um bom cidadão, já que não o poderá ser amanhã, resolveu levar a sério a coisa da reflexão. Mas tanto deu às celulazinhas cinzentas que ainda viu o Mundo mais torto do que habitualmente. William Shatner vendeu a pedra retirada do seu rim por 25.000 dollars, quando é corrente ver desgraçados a venderem o próprio orgão por 1.500.
Triste época em que pessoas vendem bocados de si. Mais triste ainda quando qualquer excrescência é mais valorizada do que uma parte plenamente funcional de um corpo humano. O misantropo está acabrunhado. São quase 23.00H, Boa Gente. E Nem tudo vai bem. Até amanhã.
Felizmente o dia está quase a acabar. O misantropo procurou ser um bom cidadão, já que não o poderá ser amanhã, resolveu levar a sério a coisa da reflexão. Mas tanto deu às celulazinhas cinzentas que ainda viu o Mundo mais torto do que habitualmente. William Shatner vendeu a pedra retirada do seu rim por 25.000 dollars, quando é corrente ver desgraçados a venderem o próprio orgão por 1.500.
Triste época em que pessoas vendem bocados de si. Mais triste ainda quando qualquer excrescência é mais valorizada do que uma parte plenamente funcional de um corpo humano. O misantropo está acabrunhado. São quase 23.00H, Boa Gente. E Nem tudo vai bem. Até amanhã.
7 Comments:
At 1:47 AM, Viajante said…
A pedra seria diamante?...
Triste época? tristérrima. Sobretudo pelas assimetrias, pela vacuidade, e ou pela futilidade. Pela excrescência...
Mas, ainda assim, e se «pensar em demasia faz mal», não pensar ou pensar pouco, ainda faz pior - se não em termos reais, pelo menos em termos sinápticos e pessoais :)
A ideia do Misantropo acabrunhado combina e, todavia, entristece.
A propósito, deixo
PORQUE
Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
Sophia, pois claro
At 3:58 AM, Pedro Botelho said…
Caro Misantropo,
Não se torture porque um voto individual é uma irrelevância estatística. Não adianta votar em nenhuma eleição que, a ser ganha por um voto, será infalivelmente repetida. Por isso adianta votar nas decisões do condomínio, mas não nas nacionais.
Note que não estou a refutar o bom senso da democracia (demos + krateein: o poder do povo, um óptimo obstáculo ao monos + arquein: governo de um só) que muito prezo, nem a insinuar que não adianta publicitar uma causa eleitoral (pelo contrário!) ou até mesmo um paspalho menos mau que os outros, nem que não valeria a pena implementar as excelentes reformas -- essas sim! -- rumo à matemócracia, de um Dahl & um Lindblom ou outros óptimos pensadores como eles!
Estou apenas a enunciar uma verdade matemática, para aliviar o insuportável remorso cívico do meu prezado amigo.
Espero que ninguém contraponha a falácia habitual: "E se todos fizessem o mesmo?"
A resposta seria, evidentemente: "Não há problema porque não fazem. Muita gente gosta de votar, pouca de pensar. E se começassem a fazer, surgiriam com antecedência indicadores de que a eleição já começaria a valer a pena. Quando a coisa se começasse a aproximar um bocado mais do nível do condomínio, chegaria o momento para o indivíduo pensante votar e pesar, em vez de aproveitar o feriado".
E porque divulgo eu o Grande Segredo? É simples, meu caro: só o divulgo à oposição.
At 10:15 AM, Paulo Cunha Porto said…
Generosa Viajada:
Diamante é este Comentário e a força e justificação conferidas por ele a quem não é digno.
O poema é belíssimo e, se excita o orgulho, outro motivo, ainda maior, há para "tocar o barco" para a frente: não Vos ver Contaminada pela misantrópica tristeza.
Reverencio por agradecimento e Reverencio-Vos por Tudo.
Meu Caro Pedro Botelho:
Não julgarei as motivações, é o resultado que interessa. O comentário com que me contemplou, sendo, quanto ao voto, uma variação do verso de Gedeão «Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém» deixou-me em muito melhor disposição. Um abraço.
At 12:17 PM, Flávio Santos said…
Por falar em desepero, não te esqueças, caro Paulo, da famosa asserção de Maurras...
At 3:15 PM, Pedro Botelho said…
E pronto! É sempre assim. Lá vai mais um voto para a urna, apesar da pregação.
Ah, se ao menos não houvesse igualdade nem nas urnas, como diria o Maurras...
At 3:39 PM, Flávio Santos said…
Eu é que não ponho lá os pés, desengane-se, caro Pedro.
At 6:23 PM, Paulo Cunha Porto said…
Eu só falava da disposição.
Votos? Que sejam muito felizes os que lá se dirigirem.
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