O optimismo é uma preguiça do espírito. E. Herriot
Saturday, January 21, 2006
De Amitia
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Lord Macaulay, sobre as relações com os livros: «Estas amizades não estão expostas ao perigo das ocorrências pelas quais outras ligações são enfraquecidas ou dissolvidas».
Os livros também traem: aqueles que nos abandonam ao fim de algumas páginas quando prometiam muito nas primeiras; aqueles de que nos lembramos e que afinal diziam outra coisa quando voltamos a relê-los...
Caro amigo Perante o superlativo absolutamente maior da beleza deste postal, está a alma de um grande escritor! E perante o vício doentio da - ..."A escravização da Verdade ao desejo, sob a forma de esperança, ou de "memória"? ... – A Fé, a nossa! Um abraço
Caro Amigo de Espanha: Obrigado, muito obrigado, em representação dos canídeos portugueses. A assimilação dos livros aos animais, dois dos grandes amores da minha vida diz-me muito.
Gentil Takitali: Agradeço do fundo do coração as palavras com que o afecto de uma Veterana Companhia do misantropo o distingue. A imagem é realmente muito bela. E a Fé, sempre, como continuarei a desenvolver no poema e comentário que seguirão. Abraços a ambos.
Os livros, per si, não traem. Nós é que nos e os traímos com as expectativas, os desejos, as lembranças, as atribuições de sentido, a "ficção" que vestimos ou colocamos sobre as palavras :)
Exactamente Excelsa Viajante, a menos que sejamos tão orgulhosos, isto é, tão fracos, que projectemos neles esse nosso anseio e digamos que um é o outro. Mas o mesmo se passa, um pouco, com as pessoas. Só que estas são menos constantes e, ao reagirem, podem fazer partilhar as culpas. Beijo.
Como não disponho da capacidade de sair para fora de mim e de arvorar-me à posição de espectador absoluto de mim mesmo, não sei dizer que sou eu que traio. Vou pela aparência mais superficial que é aquela em que me movimento (estou muito rortyiano...) e concluo que são os livros que me trae
Não Se substime, Caro Jansenista. Claro que todos somos um pouco assim, o que não quer dizer que não o reconheçamos, tarde ou cedo. E o Meu Amigo é dos Espíritos que considero mais capazes de o fazer. Ab.
10 Comments:
At 10:59 AM, Jansenista said…
Os livros também traem: aqueles que nos abandonam ao fim de algumas páginas quando prometiam muito nas primeiras; aqueles de que nos lembramos e que afinal diziam outra coisa quando voltamos a relê-los...
At 11:21 AM, Paulo Cunha Porto said…
Mas, Caríssimo Amigo, a traição não é nossa? A escravização da Verdade ao desejo, sob a forma de esperança, ou de "memória"?
At 12:34 PM, Anonymous said…
Los buenos libros son tan fieles amigos como un "cao podengo portuges fulvo" de Montalegre
At 1:25 PM, Anonymous said…
Caro amigo
Perante o superlativo absolutamente maior da beleza deste postal, está a alma de um grande escritor!
E perante o vício doentio da - ..."A escravização da Verdade ao desejo, sob a forma de esperança, ou de "memória"? ... – A Fé, a nossa!
Um abraço
At 1:48 PM, Paulo Cunha Porto said…
Caro Amigo de Espanha:
Obrigado, muito obrigado, em representação dos canídeos portugueses. A assimilação dos livros aos animais, dois dos grandes amores da minha vida diz-me muito.
Gentil Takitali:
Agradeço do fundo do coração as palavras com que o afecto de uma Veterana Companhia do misantropo o distingue. A imagem é realmente muito bela. E a Fé, sempre, como continuarei a desenvolver no poema e comentário que seguirão.
Abraços a ambos.
At 2:22 PM, Viajante said…
Os livros, per si, não traem. Nós é que nos e os traímos com as expectativas, os desejos, as lembranças, as atribuições de sentido, a "ficção" que vestimos ou colocamos sobre as palavras
:)
At 2:30 PM, Paulo Cunha Porto said…
Exactamente Excelsa Viajante, a menos que sejamos tão orgulhosos, isto é, tão fracos, que projectemos neles esse nosso anseio e digamos que um é o outro.
Mas o mesmo se passa, um pouco, com as pessoas. Só que estas são menos constantes e, ao reagirem, podem fazer partilhar as culpas.
Beijo.
At 2:33 PM, Jansenista said…
Como não disponho da capacidade de sair para fora de mim e de arvorar-me à posição de espectador absoluto de mim mesmo, não sei dizer que sou eu que traio. Vou pela aparência mais superficial que é aquela em que me movimento (estou muito rortyiano...) e concluo que são os livros que me trae
At 2:33 PM, Jansenista said…
...traem.
At 2:39 PM, Paulo Cunha Porto said…
Não Se substime, Caro Jansenista. Claro que todos somos um pouco assim, o que não quer dizer que não o reconheçamos, tarde ou cedo. E o Meu Amigo é dos Espíritos que considero mais capazes de o fazer.
Ab.
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