Leitura Matinal -231
De todas as respostas com degradação de valores que o investir de sentimentos obteve destacar-se-á sempre no meu espírito a que
a Condessa Serpieri (Alida Vali) obém do Tenente Franz (Fairley Granger) no belo «SENSO», de Visconti, filme que merece por inteiro a fama que tem. Se esse sublime encenar da ingratidão tem força incomparável, esta é velha como o Homem. Já no Antigo Egipto constatamos as recusas às investidas passionais em nome de valorações da mediocridade, embora de outro género, igulmente material, porém grudada ao escalonamento do poder, que não a frescuras físicas comparativas.
E é a desilusão e frustração que se desprende do coração do amoroso rejeitado por baixíssimas considerações mais altas que vos proponho hoje, com uma retórica do amor mais próxima da predominante neste Século XXI, passe a outorga de estatuto vivente aos trincos e cadeados que barram o acesso com fervor desejado e à promoção a beneficiados supremos dos membros das profissões que mais facilmente burlariam os obstáculos. Com a melhor das vontades, àqueles que sofreram por reacções tão desilusoras.
Um poema de amor do Antigo Egipto aportuguesado por
Hélder Moura Pereira:
Chegas à sua casa,
Para uma noite feliz, quem sabe?
Bato à porta e nada acontece.
O porteiro deve ter ido deitar-se.
Ferrolho fechado! Como entrar agora?
Fechadura, por favor, deseja-me sorte, sê o meu
Génio bondoso, sou eu, o teu velho amigo,
Passo por aqui muitas vezes.
Prometo fazer oferenda do seguinte:
..............um touro aos interiores
..............um boi ao ferrolho
..............uma gazela à fechadura
..............um ganso ao trinco
Se me pudesses deixar entrar!
Claro que as melhores partes da carne
serão para aqueles aprendizes de carpinteiro
Que tem suficiente bom senso para fazer
Ferrolhos de rosas
E portas de juncos, para que
O amante possa entrar em casa da sua namorada
A qualquer momento
Linho do mais fino na cama
E a amada à espera.
O que ela realmente me disse foi:
«Peço desculpa, mas este palácio é para o filho do
Governador».
Ocorreu-me a associação de «Um Carpinteiro de Aldeia»,
de Edward Henry Potthust e a representação de uma oferenda
(aos deuses, no caso) do Egipto Faraónico.
a Condessa Serpieri (Alida Vali) obém do Tenente Franz (Fairley Granger) no belo «SENSO», de Visconti, filme que merece por inteiro a fama que tem. Se esse sublime encenar da ingratidão tem força incomparável, esta é velha como o Homem. Já no Antigo Egipto constatamos as recusas às investidas passionais em nome de valorações da mediocridade, embora de outro género, igulmente material, porém grudada ao escalonamento do poder, que não a frescuras físicas comparativas.
E é a desilusão e frustração que se desprende do coração do amoroso rejeitado por baixíssimas considerações mais altas que vos proponho hoje, com uma retórica do amor mais próxima da predominante neste Século XXI, passe a outorga de estatuto vivente aos trincos e cadeados que barram o acesso com fervor desejado e à promoção a beneficiados supremos dos membros das profissões que mais facilmente burlariam os obstáculos. Com a melhor das vontades, àqueles que sofreram por reacções tão desilusoras.
Um poema de amor do Antigo Egipto aportuguesado por
Hélder Moura Pereira:
Chegas à sua casa,
Para uma noite feliz, quem sabe?
Bato à porta e nada acontece.
O porteiro deve ter ido deitar-se.
Ferrolho fechado! Como entrar agora?
Fechadura, por favor, deseja-me sorte, sê o meu
Génio bondoso, sou eu, o teu velho amigo,
Passo por aqui muitas vezes.
Prometo fazer oferenda do seguinte:
..............um touro aos interiores
..............um boi ao ferrolho
..............uma gazela à fechadura
..............um ganso ao trinco
Se me pudesses deixar entrar!
Claro que as melhores partes da carne
serão para aqueles aprendizes de carpinteiro
Que tem suficiente bom senso para fazer
Ferrolhos de rosas
E portas de juncos, para que
O amante possa entrar em casa da sua namorada
A qualquer momento
Linho do mais fino na cama
E a amada à espera.
O que ela realmente me disse foi:
«Peço desculpa, mas este palácio é para o filho do
Governador».
Ocorreu-me a associação de «Um Carpinteiro de Aldeia»,
de Edward Henry Potthust e a representação de uma oferenda
(aos deuses, no caso) do Egipto Faraónico.
1 Comments:
At 2:28 PM, Anonymous said…
Leitura Matinal?!
A esta hora?...
Depois acontece:
"desja-me"
"qie"
"t~em"
bom trabalho/prazer.
Post a Comment
<< Home