Invasão dos Mortos-Vivos
O Presidente Chirac quer, à viva força, alimentar a ilusão
de que a sua carreira política ainda apresenta algum sintoma
de vitalidade. Se não pessoalmente, ao menos colocando como
sucessor o seu, politicamente falando, filho putativo, M. de
Villepin. No rodopio folclórico institucional que são as
tradicionais apresentações de votos em França, após o Pimeiro
Ministro ter anunciado um programa «para desenvolver a
igualdade de oportunidades», veio dizer o «Esfola!» que possa
favorecer aquele, identificando as desigualdades como razão
da confrontação de 2005, como dizendo esperar que, no futuro,
a representação política seja orientada em função das diversas
proveniências étnicas dos franceses. Não tarda está a propor
quotas.
Já que estava com a embalagem toda, aproveitou para dizer que
está vivo e deve ser aprofundado o que pouco antes o Ministro
Sakorzy dissera estar morto e merecer ruptura: o modelo social
francês. E aproveitou para avisar que era tempo de governar e
não de manifestar «aspirações pessoais legítimas», leia-se, ao
Eliseu; quando ficara caladinho ao ouvir o Premier discorrer
sobre os seus projectos. Para coroar a farpante postura, defendeu
a reescrita do artigo da Lei sobre o papel da colonização gaulesa,
«por dividir os franceses», expressão que, trocada em miúdos,
significa "haver sido promovida pelo Ministro do Interior".
Que é clara indicação do sucessor desejado, vê-se. O próprio é
o primeiro admiti-lo, quando não abdica de ter uma palavra
a dizer na próxima eleição. Os mais críticos dirão que por
detrás de tudo está a vontade de garantir que, perdida a imunidade
presidencial, não será acusado pelas trafulhices financeiras
indiciadamente cometidas no consulado como Maire de Paris.
Não faço ideia se será assim. O que sei é que quando a dilaceração
aumenta, descendo dos partidos para as facções de cada um deles e,
nestas, de linhas de acção distintas para colagens a figuras rivais,
temos a apoteose da democracia. E quando um presidente manda às
urtigas a imparcialidade para forçar a escolha do senhor que se segue
estamos perante o apogeu da república.
Motivos mais que suficientes para restaurar a Coroa de São Luís.
de que a sua carreira política ainda apresenta algum sintoma
de vitalidade. Se não pessoalmente, ao menos colocando como
sucessor o seu, politicamente falando, filho putativo, M. de
Villepin. No rodopio folclórico institucional que são as
tradicionais apresentações de votos em França, após o Pimeiro
Ministro ter anunciado um programa «para desenvolver a
igualdade de oportunidades», veio dizer o «Esfola!» que possa
favorecer aquele, identificando as desigualdades como razão
da confrontação de 2005, como dizendo esperar que, no futuro,
a representação política seja orientada em função das diversas
proveniências étnicas dos franceses. Não tarda está a propor
quotas.
Já que estava com a embalagem toda, aproveitou para dizer que
está vivo e deve ser aprofundado o que pouco antes o Ministro
Sakorzy dissera estar morto e merecer ruptura: o modelo social
francês. E aproveitou para avisar que era tempo de governar e
não de manifestar «aspirações pessoais legítimas», leia-se, ao
Eliseu; quando ficara caladinho ao ouvir o Premier discorrer
sobre os seus projectos. Para coroar a farpante postura, defendeu
a reescrita do artigo da Lei sobre o papel da colonização gaulesa,
«por dividir os franceses», expressão que, trocada em miúdos,
significa "haver sido promovida pelo Ministro do Interior".
Que é clara indicação do sucessor desejado, vê-se. O próprio é
o primeiro admiti-lo, quando não abdica de ter uma palavra
a dizer na próxima eleição. Os mais críticos dirão que por
detrás de tudo está a vontade de garantir que, perdida a imunidade
presidencial, não será acusado pelas trafulhices financeiras
indiciadamente cometidas no consulado como Maire de Paris.
Não faço ideia se será assim. O que sei é que quando a dilaceração
aumenta, descendo dos partidos para as facções de cada um deles e,
nestas, de linhas de acção distintas para colagens a figuras rivais,
temos a apoteose da democracia. E quando um presidente manda às
urtigas a imparcialidade para forçar a escolha do senhor que se segue
estamos perante o apogeu da república.
Motivos mais que suficientes para restaurar a Coroa de São Luís.
2 Comments:
At 7:35 PM, Anonymous said…
Chirac = Franchute estirado
At 8:02 PM, Paulo Cunha Porto said…
Boa descrição!
Post a Comment
<< Home