Yes Men

Os membros do Partido Socialista que, volta e meia,
costumam cultivar o papel de paladinos da liberdade
idividual e da de expressão vieram, pela voz do Dr.
Vitalino Canas, indignar-se contra o facto de Manuel
Alegre não ter votado o Orçamento de Estado, conforme
era desejo da direcção partidária. Como se, anteriormente,
não tivesse havido dezenas, se não centenas, de ausências de
deputados em votações importantes, sem que, por tanto, hajam
sido sequer admoestados. E reveste-se das vestes de guardião
da Lei, invocando a Constituição em seu proveito e rejeitando
a justificação com a candidatura a outros cargos, um futuro
possível, do absentismo - e abstencionismo - presente. Mas
foge-lhe a boca para a verdade, ao dizer que com o visado
se «está a travar um combate político, não se trata de
tentativas de intimidação». O que explica muito, só não
elucidando é por que razão o porta-voz supra-mencionado
imagina que confessado o primeiro facto, ele exclui a tenção
de intimidar. Pelo contrário, reforça-a. Toda a gente vê que
o Eng.º Sócrates e a linha oficial do partido querem passar
a ferro qualquer vinco de heterodoxia.