Pensar o Prazer
Muitos de Vós ireis alegremente deliciar-Vos com o Champagne, por volta da meia-noite, que é maneira prática e ortodoxa de deixar para trás as agruras dum 2005 pouco motivador.
E aposto que serão poucos os que pararão um momento para pensar, por um instante, no Criador dessa maravilha. D. Perignon, é o Homem. Foi ele que inventou o Champagne de borbulhas, como o conhecemos. Quer uma lenda que já anteriormente havia sido descoberto, em Inglaterra, mas não está esse facto documentado. O mais provável é ter essa versão nascido de algum súbdito britânico mais patriota, pois a biografia vínica mais aceite quer que as Ilhas apenas tenham descoberto as delícias do vinho louco, como era originariamente chamado, por acção do Senhor de Saint-Evremont, um emigrado do período pós-revolucionário. A designação "Champagne" surgiu em 1600, mas aplicava-se a vinhos normalíssimos, parecidos com os de Borgonha. Quase no fim do reinado de Luís XIV foi presente ao Rei uma das primeiras versões do néctar gaseificado, mas este e a sua mais-que-tudo Mme. de Maintenon recusaram-no, por temerem ser obra diabólica e estarem, passadas as pujanças, em período de arrependimento e penitência. Voltando ao grande monge beniditino, foi ao longo do século XVII que, da Abadia de Hautvillers, modificou o vinho tradicional da região, submetendo-o a uma segunda fermentação, em garrafa, obtendo, dessa forma, o líquido precioso com que, habitualmente, celebramos os bons momentos. Partilhava o genial descobridor com Homero e outros sábios, no final da vida, a sugestiva característica da cegueira física, que mais lhe estimulava as qualidades naturais de provador, sendo mestre na identificação dos componentes da assemblage. Foi também ele, tsoureiro e responsável pela adega conventual durante 47 anos, que "inventou" o tipo de garrafa, a introdução das rolhas de cortiça, por si conhecidas durante uma peregrinação a Santiago de Compostela, bem como dos arames com que são presas.
A fortuna do Champagne viria com a regência de Filipe de Orleães, que era homem que sabia dar uma festa. A grande difusão dele, entretanto, deve-se a Eduardo VII de Inglaterra, como muitos dos hábitos de lazer que ainda hoje adoptamos. O Rei adorava aquela bebida e, quando caçava, era sempre acompanhado por um rapaz com várias garrafas dela, prontas a servir. Imediatamente a moda pegou na aristocracia. Logo a burguesia a seguiu, para se elevar. E daí passou às classes médias, em dias de festa. Do que ainda somos tributários.
E aposto que serão poucos os que pararão um momento para pensar, por um instante, no Criador dessa maravilha. D. Perignon, é o Homem. Foi ele que inventou o Champagne de borbulhas, como o conhecemos. Quer uma lenda que já anteriormente havia sido descoberto, em Inglaterra, mas não está esse facto documentado. O mais provável é ter essa versão nascido de algum súbdito britânico mais patriota, pois a biografia vínica mais aceite quer que as Ilhas apenas tenham descoberto as delícias do vinho louco, como era originariamente chamado, por acção do Senhor de Saint-Evremont, um emigrado do período pós-revolucionário. A designação "Champagne" surgiu em 1600, mas aplicava-se a vinhos normalíssimos, parecidos com os de Borgonha. Quase no fim do reinado de Luís XIV foi presente ao Rei uma das primeiras versões do néctar gaseificado, mas este e a sua mais-que-tudo Mme. de Maintenon recusaram-no, por temerem ser obra diabólica e estarem, passadas as pujanças, em período de arrependimento e penitência. Voltando ao grande monge beniditino, foi ao longo do século XVII que, da Abadia de Hautvillers, modificou o vinho tradicional da região, submetendo-o a uma segunda fermentação, em garrafa, obtendo, dessa forma, o líquido precioso com que, habitualmente, celebramos os bons momentos. Partilhava o genial descobridor com Homero e outros sábios, no final da vida, a sugestiva característica da cegueira física, que mais lhe estimulava as qualidades naturais de provador, sendo mestre na identificação dos componentes da assemblage. Foi também ele, tsoureiro e responsável pela adega conventual durante 47 anos, que "inventou" o tipo de garrafa, a introdução das rolhas de cortiça, por si conhecidas durante uma peregrinação a Santiago de Compostela, bem como dos arames com que são presas.
A fortuna do Champagne viria com a regência de Filipe de Orleães, que era homem que sabia dar uma festa. A grande difusão dele, entretanto, deve-se a Eduardo VII de Inglaterra, como muitos dos hábitos de lazer que ainda hoje adoptamos. O Rei adorava aquela bebida e, quando caçava, era sempre acompanhado por um rapaz com várias garrafas dela, prontas a servir. Imediatamente a moda pegou na aristocracia. Logo a burguesia a seguiu, para se elevar. E daí passou às classes médias, em dias de festa. Do que ainda somos tributários.
5 Comments:
At 2:10 PM, Anonymous said…
Cava extremeño, espumoso de Rueda, Sidra, Viño do Ribeiro, Vinho Verde....
At 2:13 PM, Anonymous said…
Ardor de estómago
At 3:40 PM, Paulo Cunha Porto said…
Tudo néctares excelentes, Caro Amigo. Muito Bom Ano.
Belíssima Identidade. com ela estamos seguros. O melhor em 2006, também.
At 10:20 PM, Anonymous said…
E não esquecer o nosso bom Raposeira! Viva o champanhe! Hips!
At 7:15 AM, Paulo Cunha Porto said…
Esse já é um monumento. Ainda me lembro, quando era estudante, de viver a dúvida acerca de ele ser ou não um mau prenúncio. Mas que sabia bem...
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