Leitura Matinal -211
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São múltiplos os infortúnios da Liberdade. Creio já aqui ter falado de um, ilustrativo do que sucede em tantas outras ocasiões, a descoberta que Madame Roland fez «Ai, Liberdade! Quantos crimes se cometem em teu nome!», apenas à beira de perder a cabeça. Fisicamente, porque em termos de sanidade moral, há muito que tinha acontecido tal desastre e de não poucos crimes sob esse mítico nome foi ela, co-responsável. Hoje não se melhorou um niquito. É em nome de liberdades e libertações que as potências demo-liberais juntam às chacinas fatais das guerras as matanças dos intelectos que se lhes opõem. A Liberdade serve para justificar umas, o que sempre aconteceu na História, como as outras, que é novidade herdada da Revolução Francesa. Mas como queremos nós que os Estados tenham da liberdade um correcto conceito, quando os indivíduos o não conseguem? Não falo já de evidências tão comezinhas como a propensão para o crime ser abafada, em imensa gente, apenas pelo medo do castigo. Falarei antes do desconhecimento do que seja se livre. Na juventude quer o homem desesperadamente sê-lo, ao ponto de se escravizar às variadas formas de revolta que julga poderem propiciar-lhe essa vida sonhada, apenas para descobrir, mais adiantado em anos, que nunca foi tão livre como nessa altura.
E o homem feito, além de desculpar com o destino erros que estava inteiramente na sua mão evitar, não passa o tempo a negar o significado profundo da Queda, que os Cristãos conheceram com o Pecado Original e os Gregos Antigos com Prometeu? Precisamente o de a liberdade querida ser, permitindo optar, a fonte do Mal que se conhece. A liberdade será uma chama. Mas é uma chama que pode queimar.
A única liberdade benigna é a que permite pois libertar o pobre ser humano da tentação maligna, aproximando-o do Bem Divino. Usar o livre arbítrio a que a Serpente instigou contra ela, com a rejeição dos seus conselhos posteriores. E, nessa linha não nos deixarmos subjugar pelas amarras dos padrões de pensamento, reservando-nos a faculdade de julgar e, defendendo princípios sãos, não fazendo como o Frei Tomás do provérbio.
Como escreveu Manuel Joaquim Delgado:
LIBERDADE
Por tantos desejada és tu, ó liberdade,
Porém mal te conhece o vulgo que te quer,
Teu nome é feminino, assim o de mulher,
Quem te conhece, pois? Qual a tua idade?
Não é livre o que faz quanto lhe dá na gana,
Apenas o que age adentro do dever,
O que domina em todo o «eu», o seu poder,
Que o belo do teu corpo a tanta gente engana.
Da minha é bem diferente a concepção que tem
Aquele que se julga assum como ninguém
Conhecer-te melhor que a si mesmo conhece.
Se tu, tão desejada, descobres o teu véu
Te mostras nua e crua com o teu corpo ao léo,
Então outro conceito a tua mente tece.
Além da perigosa chama, acham-se aqui «A Liberdade
Ilumina o Mundo», do contestatário Craig La Rotonda
e «O Anjo Guardião da Liberdade».
São múltiplos os infortúnios da Liberdade. Creio já aqui ter falado de um, ilustrativo do que sucede em tantas outras ocasiões, a descoberta que Madame Roland fez «Ai, Liberdade! Quantos crimes se cometem em teu nome!», apenas à beira de perder a cabeça. Fisicamente, porque em termos de sanidade moral, há muito que tinha acontecido tal desastre e de não poucos crimes sob esse mítico nome foi ela, co-responsável. Hoje não se melhorou um niquito. É em nome de liberdades e libertações que as potências demo-liberais juntam às chacinas fatais das guerras as matanças dos intelectos que se lhes opõem. A Liberdade serve para justificar umas, o que sempre aconteceu na História, como as outras, que é novidade herdada da Revolução Francesa. Mas como queremos nós que os Estados tenham da liberdade um correcto conceito, quando os indivíduos o não conseguem? Não falo já de evidências tão comezinhas como a propensão para o crime ser abafada, em imensa gente, apenas pelo medo do castigo. Falarei antes do desconhecimento do que seja se livre. Na juventude quer o homem desesperadamente sê-lo, ao ponto de se escravizar às variadas formas de revolta que julga poderem propiciar-lhe essa vida sonhada, apenas para descobrir, mais adiantado em anos, que nunca foi tão livre como nessa altura.
E o homem feito, além de desculpar com o destino erros que estava inteiramente na sua mão evitar, não passa o tempo a negar o significado profundo da Queda, que os Cristãos conheceram com o Pecado Original e os Gregos Antigos com Prometeu? Precisamente o de a liberdade querida ser, permitindo optar, a fonte do Mal que se conhece. A liberdade será uma chama. Mas é uma chama que pode queimar.
A única liberdade benigna é a que permite pois libertar o pobre ser humano da tentação maligna, aproximando-o do Bem Divino. Usar o livre arbítrio a que a Serpente instigou contra ela, com a rejeição dos seus conselhos posteriores. E, nessa linha não nos deixarmos subjugar pelas amarras dos padrões de pensamento, reservando-nos a faculdade de julgar e, defendendo princípios sãos, não fazendo como o Frei Tomás do provérbio.
Como escreveu Manuel Joaquim Delgado:
LIBERDADE
Por tantos desejada és tu, ó liberdade,
Porém mal te conhece o vulgo que te quer,
Teu nome é feminino, assim o de mulher,
Quem te conhece, pois? Qual a tua idade?
Não é livre o que faz quanto lhe dá na gana,
Apenas o que age adentro do dever,
O que domina em todo o «eu», o seu poder,
Que o belo do teu corpo a tanta gente engana.
Da minha é bem diferente a concepção que tem
Aquele que se julga assum como ninguém
Conhecer-te melhor que a si mesmo conhece.
Se tu, tão desejada, descobres o teu véu
Te mostras nua e crua com o teu corpo ao léo,
Então outro conceito a tua mente tece.
Além da perigosa chama, acham-se aqui «A Liberdade
Ilumina o Mundo», do contestatário Craig La Rotonda
e «O Anjo Guardião da Liberdade».
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