Leitura Matinal -219
É tão Grande o Quadro do Nascimento de Jesus que as nossas
pobres mentes tentam sossegar-se pela cisão que fazem dos
Períodos Natalício e Pascal, num consciente ou inconsciente
esforço de esquecer, por instantes, ser o Menino Adorado o
Deus-Homem assassinado. Mas se esta tranquilização que
nos alivia pode ser imprecada por roncantes lembradores
da insuficiência humana, está na própria simplicidade com
que os menos letrados e os mais sábios se coligam para
alegremente render o Culto ao Recém-nascido, o germen
da Alegria com que, provavelmente, a nossa acção neste
Mundo mais harmonia conseguiria encontrar com a vontade
de Deus. E é na voz dos Simples, tornada sublime pelo Tema,
que Vos levo, na tentativa de humildade do reconhecimento
daqueles que Jesus chamou a Si, duas trovas populares:
JESUS PEQUENINO
Estava Maria
À beira do Rio,
Lavando os paninhos
Do seu bento filho.
Lavava a Senhora,
José estendia,
Chorava o menino
Com frio que tinha.
Calai, meu menino,
Calai, meu amor!
Do mundo os pecados
Me cortam de dor...
Os filhos dos homens
Em berço dourado,
E vós, meu menino,
em palhas deitado!
Em palhas deitado,
Em palhas esquecido...
Filho duma rosa,
Dum cravo nascido!
Os filhos dos homens
Em berço de flores,
E vós, meu menino,
Gemendo com dores!
Os Filhos dos homens
Em bom travesseiro,
E vós, meu menino,
Preso a um madeiro!
e
O MENINO DEUS
Um pastor vindo de longe
À nossa porta bateu;
Trouxe recado que diz:
- O Deus Menino nasceu.
Este recado tivemos,
Já meia-noite seria;
Estrelas do Céu, lá vamos
Dar parabéns a Maria.
Mas que lhe hemos de levar,
A um Deus que tanto tem?
- Ainda que muito tenha
Sempre gosta que lhe dêem
- Eu lhe levo um cordeirinho,
O melhor que eu encontrei.
- E eu lhe levo um requeijão,
O melhor que eu requeijei.
- Pois também eu aqui levo,
Fofinhos pra lhe oferecer,
Bons merendeiros de leite,
Favo de mel, pra comer.
- Vamos ter com os mais pastores,
Não se percam no caminho.
Vamos todos, e depressa,
Adorar o Deus Menino.
- Vinde também pastorinhas,
Vinde, correi a Belém;
Vinde visitar Maria
Que divino Filho tem.
- Esta noite é santa noite,
Inda assim, mesmo tão fria;
Vamos todos a Belém
Visitar Jesus, Maria.
- Ai, que formoso Menino;
Ai, que tanta graça tem!
Ai, que tanto se parece
Com sua Senhora Mãe!
Notai a expressão «preso a um madeiro» com que finda a
primeira. Da intuição sem adornos nasce a conexão com
o Outro Madeiro, o que a maldade quereria final. O Ciclo
fecha-se? Não! O CICLO ABRE-SE!
pobres mentes tentam sossegar-se pela cisão que fazem dos
Períodos Natalício e Pascal, num consciente ou inconsciente
esforço de esquecer, por instantes, ser o Menino Adorado o
Deus-Homem assassinado. Mas se esta tranquilização que
nos alivia pode ser imprecada por roncantes lembradores
da insuficiência humana, está na própria simplicidade com
que os menos letrados e os mais sábios se coligam para
alegremente render o Culto ao Recém-nascido, o germen
da Alegria com que, provavelmente, a nossa acção neste
Mundo mais harmonia conseguiria encontrar com a vontade
de Deus. E é na voz dos Simples, tornada sublime pelo Tema,
que Vos levo, na tentativa de humildade do reconhecimento
daqueles que Jesus chamou a Si, duas trovas populares:
JESUS PEQUENINO
Estava Maria
À beira do Rio,
Lavando os paninhos
Do seu bento filho.
Lavava a Senhora,
José estendia,
Chorava o menino
Com frio que tinha.
Calai, meu menino,
Calai, meu amor!
Do mundo os pecados
Me cortam de dor...
Os filhos dos homens
Em berço dourado,
E vós, meu menino,
em palhas deitado!
Em palhas deitado,
Em palhas esquecido...
Filho duma rosa,
Dum cravo nascido!
Os filhos dos homens
Em berço de flores,
E vós, meu menino,
Gemendo com dores!
Os Filhos dos homens
Em bom travesseiro,
E vós, meu menino,
Preso a um madeiro!
e
O MENINO DEUS
Um pastor vindo de longe
À nossa porta bateu;
Trouxe recado que diz:
- O Deus Menino nasceu.
Este recado tivemos,
Já meia-noite seria;
Estrelas do Céu, lá vamos
Dar parabéns a Maria.
Mas que lhe hemos de levar,
A um Deus que tanto tem?
- Ainda que muito tenha
Sempre gosta que lhe dêem
- Eu lhe levo um cordeirinho,
O melhor que eu encontrei.
- E eu lhe levo um requeijão,
O melhor que eu requeijei.
- Pois também eu aqui levo,
Fofinhos pra lhe oferecer,
Bons merendeiros de leite,
Favo de mel, pra comer.
- Vamos ter com os mais pastores,
Não se percam no caminho.
Vamos todos, e depressa,
Adorar o Deus Menino.
- Vinde também pastorinhas,
Vinde, correi a Belém;
Vinde visitar Maria
Que divino Filho tem.
- Esta noite é santa noite,
Inda assim, mesmo tão fria;
Vamos todos a Belém
Visitar Jesus, Maria.
- Ai, que formoso Menino;
Ai, que tanta graça tem!
Ai, que tanto se parece
Com sua Senhora Mãe!
Notai a expressão «preso a um madeiro» com que finda a
primeira. Da intuição sem adornos nasce a conexão com
o Outro Madeiro, o que a maldade quereria final. O Ciclo
fecha-se? Não! O CICLO ABRE-SE!
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