Leitura Matinal -196
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O mistério da Beleza ganha os contornos trágicos que se retiram de qualquer palma do martírio, quando ela se vê confrontada com a inevitável temporalidade do seu império. Sobra, pois, para as declinações íntimas do verbo rememorar a celebração dos seus "mistérios", no sentido que o termo ganhou na antiga religiosidade grega.
Onde se confirma que, penetrando abusivamente na devastação, a homenagem do admirador saudoso ao que foi, assombrada pela irrecuperabilidade terrena, diz muito mais desse devoto, do que da extinta irradiação que honra. É nessa persistência em confrontar os destroços que são com as luminosidades que foram que se consegue descerrar uma ponta do espírito de cada um, liberto este de interesse e interesseirismo outros que o puro culto do que já não pode contemplar com outros olhos que não sejam os da recordação. Compartilhável que é nas suas conclusões, não se deixa repartir na orígem única que teve, tornando-se a mais indesmentível emanação do Ser. E do mistério de cada ser.
Do meu Amigo António Cândido Franco:
EPITÁFIO
Alguém se lembra das altas planícies tranquilas.
A luz vai-se consumindo e a erva glauca dos vales e dos cedros
também vai arrefecendo, rara e marcescível.
Sobra-me apenas adormecer ao pé das árvores despidas e das folhas #caídas
Os corações da vida, os rumores e as palpitações da luz
e da alegria são já irreconhecíveis.
A glória não renasce. Apenas a íntima satisfação de algumas
gratas e breves recordações nos fica sobre esses
campos vazios e frios.
A beleza é um Deus bifronte e o seu nome é ruína.
O quadro que se junta é «O Tempo Ordena à Idade Avançada
que Destrua a Beleza», de Pompeo Batoni.
O mistério da Beleza ganha os contornos trágicos que se retiram de qualquer palma do martírio, quando ela se vê confrontada com a inevitável temporalidade do seu império. Sobra, pois, para as declinações íntimas do verbo rememorar a celebração dos seus "mistérios", no sentido que o termo ganhou na antiga religiosidade grega.
Onde se confirma que, penetrando abusivamente na devastação, a homenagem do admirador saudoso ao que foi, assombrada pela irrecuperabilidade terrena, diz muito mais desse devoto, do que da extinta irradiação que honra. É nessa persistência em confrontar os destroços que são com as luminosidades que foram que se consegue descerrar uma ponta do espírito de cada um, liberto este de interesse e interesseirismo outros que o puro culto do que já não pode contemplar com outros olhos que não sejam os da recordação. Compartilhável que é nas suas conclusões, não se deixa repartir na orígem única que teve, tornando-se a mais indesmentível emanação do Ser. E do mistério de cada ser.
Do meu Amigo António Cândido Franco:
EPITÁFIO
Alguém se lembra das altas planícies tranquilas.
A luz vai-se consumindo e a erva glauca dos vales e dos cedros
também vai arrefecendo, rara e marcescível.
Sobra-me apenas adormecer ao pé das árvores despidas e das folhas #caídas
Os corações da vida, os rumores e as palpitações da luz
e da alegria são já irreconhecíveis.
A glória não renasce. Apenas a íntima satisfação de algumas
gratas e breves recordações nos fica sobre esses
campos vazios e frios.
A beleza é um Deus bifronte e o seu nome é ruína.
O quadro que se junta é «O Tempo Ordena à Idade Avançada
que Destrua a Beleza», de Pompeo Batoni.
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