Figuras e Figurões

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Quando pela primeira vez visitei o museu de Madame Tussaud, em Londres, impressionado pelo realismo das figuras de cera, do qual, de resto, já tinha recebido profusos avisos, resolvi fazer uma brincadeira que muitos outros terão ensaiado. Fiz-me fotografar junto do boneco de Nastassja Kinski, em pose de passeio e conversa, para, de novo em Lisboa, mostrar a um Amigo com quem por Ela compartilhava idolaria, dizendo que a havia conhecido, e que tinha, em seguida, entrado em intimidades. Saiu-me furada a partida. Aquele Louco, um Homem, tinha chegado ao extremo de fixar o vestido que a nossa Amiga usara em «DO FUNDO DO CORAÇÃO», que era a farpela com que a tinham imortalizado! Assim foi, imediatamente, destruída a marosca.
Veio-me esta recordação de vinte anos à lembrança por causa da reportagem ontem visionada sobre a inclusão de José Mourinho no afamado museu londrino. Tendo observado o modelo e a reprodução ao lado um do outro, não hesito: os artífices britãnicos fizeram um trabalho tão bom que a cópia está muito mais conforme ao original do que o próprio, nesse dia. Não admira que tenha sido o de carne e osso a ficar todo derretido...
Quem parece estar em processo de liquefacção, para além da efígie, é outro Figurado, que, para bem do SlB e do futebol lusitano, aparenta ter transportado para a Vida as características de imobilidade física e incapacidade de reacção das estátuas perecíveis: Sir Alex Fergusson. A imprensa britânica deu-lhe cá um calor, susceptível de mudar o estado da matéria do mais pintado, não fora o facto de a Família Glazer, proprietária do Manchester United querer preservar o investimento e, com toda a probabilidade, ter presente que o diminutivo "Fergie", que compartilha com a Duquesa de York, sugere separações e reconciliações dispendiosíssimas.