O Misantropo Enjaulado

O optimismo é uma preguiça do espírito. E. Herriot

Monday, December 05, 2005

Caminho Tortuoso

Em que medida prevalece o ogulho de ter deixado de estar perdido, sabendo-se que, para escapar ao labirinto, se recorreu a uma trapaça?
.

«O Fio de Ariadne», de Lili Orzag.

5 Comments:

  • At 12:25 PM, Blogger João Villalobos said…

    Na verdade, para esclarecimento dos leitores, em Creta não se tratava de um labirinto mas de um dédalo. Num labirinto é impossível alguém perder-se, uma vez que há apenas uma única opção de caminho a percorrer. No dédalo, sim, um pessoa perde-se. Para mais informações, por favor consultem http://www.georgetown.edu/labyrinth/labyrinth-home.html
    Abraços

     
  • At 6:41 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Essa distinção é perversa. Não só na nossa língua um é sinónimo do outro, como noutras o labirinto é dado como a obra de Dédalo. A aceitarmos a nova versão, o dédalo, aquele onde uma pessoa pode perder-se seria, por ecelência, aquele de que houve fugas célebres: a de Teseu e a do próprio construtor, mais o filho, Ícaro.
    Abs.

     
  • At 10:25 PM, Blogger Viajante said…

    Labirinto, Lat. labyrintu < Gr. labyrinthos
    s. m.,
    edifício composto de múltiplas divisões dispostas confusamente, pelo que é difícil encontrar-lhes a saída;
    fig.,
    questão complicada, obscura;
    Anat.,
    conjunto das cavidades sinuosas do ouvido.

    :)

    Gosto da ideia de que o Labirinto é mais do que a figura simbóilica medieval do centro do mundo, em que se repete o caminho de ida e o de volta. Gosto dos labirintos de Borges. E do «labirinto da saudade» ou dos de Eco.

    Mesmo o símbolo medieval - como em Chartres - não se trata apenas de caminhos circulares com de sete voltas a direita exatamente ao centro. Como símbolo, pode representar um mapa que - no reino espiritual - separa o sacro do profano. Sete voltas representando o processo de iniciações ou o estudo da vida (há quem note que parece analógico com a quebra de faculdades em trivium e quadrivium das escolas medievais).

    E estendendo-me ainda mais, gosto da (des)ambiguidade metafórica
    http://labyrinth-(disambiguation).borgfind.com/

    Ademais, Dédalo é mesmo o construtor e arquitecto, sonhador de voo.

    Para perder-se, não se precisa de labirintos. Lá, as pessoas procuram.
    :))

    beijos e asas de cera

     
  • At 11:23 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Muito obrigado à Viajante. É bom ter o decisivo depoimento de uma Especialista. Também eu andei pelos de Borges, antes de achar outros, ainda mais atractivos, Aqueles que combinam com os Espelhos.
    Obrigado pelas asas. Mas receio sofrer a sorte de Ícaro. Afinal, no meu caso, é o próprio Sol que mas dá...
    Beijos.

    PS: Além de que me seriam inúteis: Destes Labirintos de que falamos eu nunca quereria escapar.
    E quanto à questão do "post"?

     
  • At 12:10 AM, Blogger Viajante said…

    Gentileza, Paulo. Que sabe bem, naturalmente :)

    Quanto à pergunta: «em que medida?» Medir-se precisa de um padrão.

    O orgulho de ter deixado de estar perdido pode trazer perdição, também por ausência de medida?
    Não se escapa do labirinto, com trapaça ou sem ela... Escapa-se de um Si que estava no labirinto, provavelmente.
    A trapaça pode residir em entender que se deixou de estar perdido e se saiu do labirinto?

    A aceitar que se deixou de estar perdido, com base em trapaça, perdeu-se mais de Si. Em outro labirinto?

     

Post a Comment

<< Home

 
">
BuyCheap
      Viagra Online From An Online pharmacy
Viagra