Leitura Matinal -141
Nunca é demais recordar a frase de Bernard Shaw que dizia
terem muitas pessoas «uma ideia tão vaga do que é a poesia,
que chegam a pensar que o carácter vago é a própria essência
da poesia». Muitos bons poetas vieram educar as almas, mostrando
como a escrita concreta também pode ser tocante. Mas não nos
deixemos enganar, um poema que, aparentemente, sugere o
indeterminado pode bem ser a explanação de sentimentos vivos
e pungentes, extraídos da reserva natural de cada um, do que
abafa, tal como das aspiraçoes que o norteiam.
Donde, uma nova largura de interesse, quando se dá a conhecer
o conflito entre a traquilidade que não satisfaz e o reconhecimento
de não ser o que se vai desejando a meta perfeita que, incómodo
maior, não se sabe se poderá ser atingida.
Escreveu Dino Campana, com imprecisão deliberada e
alguma ironia na brutalidade do título:
POESIA FÁCIL
Paz não busco, guerra não suporto
Tranquilo e só vou pelo mundo em sonho
Cheio de cantos sufocados. Apeteço
A névoa e o silêncio num grande porto.
Num grande porto cheio de velas leves
Prestes a zarpar para o horizonte azul
Doces ondulando, enquanto o sussurro
Do vento passa com acordes breves.
E aqueles acordes o vento os leva
Distantes sobre o mar desconhecido.
Sonho. A vida é triste e eu estou só.
Oh quando oh quando numa manhã ardente
A minha alma despertará no sol
No sol eterno, livre e fremente.
terem muitas pessoas «uma ideia tão vaga do que é a poesia,
que chegam a pensar que o carácter vago é a própria essência
da poesia». Muitos bons poetas vieram educar as almas, mostrando
como a escrita concreta também pode ser tocante. Mas não nos
deixemos enganar, um poema que, aparentemente, sugere o
indeterminado pode bem ser a explanação de sentimentos vivos
e pungentes, extraídos da reserva natural de cada um, do que
abafa, tal como das aspiraçoes que o norteiam.
Donde, uma nova largura de interesse, quando se dá a conhecer
o conflito entre a traquilidade que não satisfaz e o reconhecimento
de não ser o que se vai desejando a meta perfeita que, incómodo
maior, não se sabe se poderá ser atingida.
Escreveu Dino Campana, com imprecisão deliberada e
alguma ironia na brutalidade do título:
POESIA FÁCIL
Paz não busco, guerra não suporto
Tranquilo e só vou pelo mundo em sonho
Cheio de cantos sufocados. Apeteço
A névoa e o silêncio num grande porto.
Num grande porto cheio de velas leves
Prestes a zarpar para o horizonte azul
Doces ondulando, enquanto o sussurro
Do vento passa com acordes breves.
E aqueles acordes o vento os leva
Distantes sobre o mar desconhecido.
Sonho. A vida é triste e eu estou só.
Oh quando oh quando numa manhã ardente
A minha alma despertará no sol
No sol eterno, livre e fremente.
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