Definhamento de um Partido
Casa em que não há pão, todos ralham e ninguém tem razão.
Partido em que não há votos, todos culpam os outros e ninguém
tem a consciência inteiramente limpa. Querem agora os nostálgicos
do Dr. Portas dentro do PP querer vender-nos duas histórias da
carochinha. Uma, a de o actual leader, o Dr. Castro, «ter traços
estalinistas», o que, para qualquer observador, é, até pela
pachorrenta maneira dele estar, o rótulo menos fácil com que
o possam etiquetar. A outra é de que os tempos da anterior
liderança é que foram a Idade de Ouro do partido. Não foram.
Com promessas diferentes, à vez, limitou-se a segurar segmentos
diversos do eleitorado nacional - e não já do autárquico - que
se tinham alegremente conglomerado na esponja cavaquista, mas
que desconfiam do PSD, sob outra qualquer liderança.
Os tempos áureos do CDS foram na oposição, nos primeiros tempos
do regime, em que corporizou o papel de vítima e de rejeição da
realidade facinorosa do PREC, e nos governos Sá Carneiro, em
que o seu contributo de quadros foi uma mais-valia.
Depois da morte daquele Primeiro-Ministro foi decaindo até à
quase invisibilidade de hoje. É que, tendo os governos do Dr.
Balsemão sido, maioritariamente, detestados no País, mesmo entre
votantes seus, o PSD, com Cavaco/Melo e outras Esperanças ditas
Novas, inntegrou a oposição mais notória ao seu próprio governo,
enquanto que o parceiro de coligação parecia estar satisfeito da
vida naquele detestado atoleiro. Resultado, vieram eleições e
o ex-PPD aguentou-se, pronto a renascer. Ao CDS restava ir
envelhecendo. Até hoje.
O maior inimigo dos Populares, ex-Centristas, não foi o Dr.
Portas, nem é o Dr. Castro. A sua identidade deve procurar-se
no Dono do «Expresso».
Partido em que não há votos, todos culpam os outros e ninguém
tem a consciência inteiramente limpa. Querem agora os nostálgicos
do Dr. Portas dentro do PP querer vender-nos duas histórias da
carochinha. Uma, a de o actual leader, o Dr. Castro, «ter traços
estalinistas», o que, para qualquer observador, é, até pela
pachorrenta maneira dele estar, o rótulo menos fácil com que
o possam etiquetar. A outra é de que os tempos da anterior
liderança é que foram a Idade de Ouro do partido. Não foram.
Com promessas diferentes, à vez, limitou-se a segurar segmentos
diversos do eleitorado nacional - e não já do autárquico - que
se tinham alegremente conglomerado na esponja cavaquista, mas
que desconfiam do PSD, sob outra qualquer liderança.
Os tempos áureos do CDS foram na oposição, nos primeiros tempos
do regime, em que corporizou o papel de vítima e de rejeição da
realidade facinorosa do PREC, e nos governos Sá Carneiro, em
que o seu contributo de quadros foi uma mais-valia.
Depois da morte daquele Primeiro-Ministro foi decaindo até à
quase invisibilidade de hoje. É que, tendo os governos do Dr.
Balsemão sido, maioritariamente, detestados no País, mesmo entre
votantes seus, o PSD, com Cavaco/Melo e outras Esperanças ditas
Novas, inntegrou a oposição mais notória ao seu próprio governo,
enquanto que o parceiro de coligação parecia estar satisfeito da
vida naquele detestado atoleiro. Resultado, vieram eleições e
o ex-PPD aguentou-se, pronto a renascer. Ao CDS restava ir
envelhecendo. Até hoje.
O maior inimigo dos Populares, ex-Centristas, não foi o Dr.
Portas, nem é o Dr. Castro. A sua identidade deve procurar-se
no Dono do «Expresso».
4 Comments:
At 4:06 PM, Anonymous said…
Brilhante e certeira análise política, esta, de Paulo Cunha Porto.
Há para aí tantos blogues ditos políticos (de profissionais e tudo...) mas nenhum sabe da "missa a metade". Aqui, sim.
Tens de escreve mais sobre política ("à") portuguesa, Amigo Paulo, para ver se essa gente aprende umas coisas.
Um abraço.
At 6:54 PM, Anonymous said…
É um assunto que me interessa mas que não é fácil de "pegar". Estão todos encostados às tábuas e não há brega que os arranque de lá. O rotativismo dá mais garantias e expôe menos. Depois, um partido conservador, precisa de saber conservar o que vale a pena. Em Portugal são "conservantistas", ou seja, conservam tudo.
Perdi-me. Desculpe-me as imagens excessivamente tauromáquicas.
Tenho boa opinião sobre o Ribeiro e Castro.
Um abraço.
At 6:56 PM, Anonymous said…
Por lapso não me identifiquei.
JSM (Interregno)
At 7:17 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro JSM:
Penso do Ribeiro e Castro que é menos demagogo do que a maior parte dos políticos nos sistemas de partidos. Mas, por outro lado, agonia-me vêlo afogado em centrismo, essa corruptela da Democracia-Cristã que, já de si, tem que se lhe diga...
Um abraço.
Post a Comment
<< Home