Proibição

Percorro as páginas do «Público», esfaimado por notícias
susceptíveis de serem comentadas. Dou com um «engarrafamento
de burros em Gaza». Bah! Nada a que não esteja acostumado na
vida política do meu País.
Seguem-se as atribulações da proibição da manifestação dos
militares. Alto, esta merece um segundo olhar. Estou cansado
de me pronunciar contra os métodos e as declarações dos vários
representantes do associativismo castrense. Um uniforme requer
capacidade de sacrifício e de silêncio. Mas esta sede do governo
de alterar as regras do jogo para servidores seus que iniciaram
as carreiras com outra perspectiva, sombreada, no que respeita
às taxas moderadoras dos serviços de saúde, por alguma confusão
entre racionalização e racionamento, é deprimente.
Já não exijo, no curto prazo, a reconstituição de um modelo de
sociedade orgânica. Gostaria, mesmo num sistema pouco vocacionado
para a harmonização em prol de uma noção transcendente de dever
para com a Comunidade, era de ver os defensores, os julgadores e
os regedores apostados em condutas de convergência e não empenhados
na egoísta e egotista digladiação que emperra a marcha do todo, a qual
vem culminar numa interdição tão adstringente como as da Lei Seca,
embora justificável, se afixada por outros que não os herdeiros das
contestações juvenis dos finais dos anos 60´s.
Que longe estamos do «é proibido proibir» de Maio de 1968!