A Falta de Razão de Pacheco
Meu caro José Pacheco Pereira:
Não sei se lê esta obscura folha, porém, se o fizer,
peço que ponha a mão na consciência. Acha justo o que
escreveu hoje no «Abrupto», onde, depois de vergastar
com acerto alguns dos vicios da nossa politiquice, deixa
escapar esta bojarda indigna de Si: «..a nossa incapacidade,
herança péssima do Salazarismo e do atraso, de pensar e de
fazer política fora da imprecação e da acusação moral». Do
Salazarismo? Pobre defunto, que costas largas tem! Não foi
ele, continuando a Ditadura Militar que o precedeu, encarado
justamente como libertador dessas práticas que tristemente
celebrizaram as partidocracias institucionais que antecederam?
Nesse período de grande progresso material que foi a segunda
Regeneração eram precisamente a imprecação e a acusação moral
o pão nosso de cada dia. Extremadamente, pela propaganda dos
republicanos, que nem pouparam as calúnias contra a Honra das
Rainhas. Mas igualmente entre os políticos do rotativismo e
dos anos finais do Constitucionalismo Monárquico. Mariano de
Carvalho dizia, já então, que em Portugal, quando um homem
público sobressai, a primeira coisa a fazer é chamá-lo de
ladrão. Mas sendo uma pessoa acima de qualquer suspeita, há
outro recurso, dizê-lo mentecapto. Todavia, subsistindo
ainda alguns vultos a quem também esse rótulo não cola, então
é dá-lo como homossexual. Essa é que nunca falhava!
E na 1ª República não foram esses lamentáveis hábitos levados
ao paroxismo, na imprensa, mas, igualmente, no parlamento, que
viu membros seus tentando agredir outros e, inclusivamente,
procurando assassinar adversários, fora do caso especial que era
o duelo?
E não foi o Salazarismo encarado como o disciplinador que «vinha
pôr ordem naquele bordel»? Não, meu caro Pacheco, sei que é adepto
do partidismo e julgo-o republicano. Respeito-o, embora me sente
e sinta do outro lado da barricada. Mas acho indigno do Seu alto
intelecto atirar com culpas próprias para cima dos ombros do pobre
Botas. A incapacidade de fazer política fora dos vícios que hoje
enunciou sempre foi característica de apoiantes do Seu lado,
logo indignos de Si. De gente que, não sabendo o que era o Respeito,
viu, com os contidos «safanões dados a tempo», ser-lhe imposto o
respeitinho.
Não sei se lê esta obscura folha, porém, se o fizer,
peço que ponha a mão na consciência. Acha justo o que
escreveu hoje no «Abrupto», onde, depois de vergastar
com acerto alguns dos vicios da nossa politiquice, deixa
escapar esta bojarda indigna de Si: «..a nossa incapacidade,
herança péssima do Salazarismo e do atraso, de pensar e de
fazer política fora da imprecação e da acusação moral». Do
Salazarismo? Pobre defunto, que costas largas tem! Não foi
ele, continuando a Ditadura Militar que o precedeu, encarado
justamente como libertador dessas práticas que tristemente
celebrizaram as partidocracias institucionais que antecederam?
Nesse período de grande progresso material que foi a segunda
Regeneração eram precisamente a imprecação e a acusação moral
o pão nosso de cada dia. Extremadamente, pela propaganda dos
republicanos, que nem pouparam as calúnias contra a Honra das
Rainhas. Mas igualmente entre os políticos do rotativismo e
dos anos finais do Constitucionalismo Monárquico. Mariano de
Carvalho dizia, já então, que em Portugal, quando um homem
público sobressai, a primeira coisa a fazer é chamá-lo de
ladrão. Mas sendo uma pessoa acima de qualquer suspeita, há
outro recurso, dizê-lo mentecapto. Todavia, subsistindo
ainda alguns vultos a quem também esse rótulo não cola, então
é dá-lo como homossexual. Essa é que nunca falhava!
E na 1ª República não foram esses lamentáveis hábitos levados
ao paroxismo, na imprensa, mas, igualmente, no parlamento, que
viu membros seus tentando agredir outros e, inclusivamente,
procurando assassinar adversários, fora do caso especial que era
o duelo?
E não foi o Salazarismo encarado como o disciplinador que «vinha
pôr ordem naquele bordel»? Não, meu caro Pacheco, sei que é adepto
do partidismo e julgo-o republicano. Respeito-o, embora me sente
e sinta do outro lado da barricada. Mas acho indigno do Seu alto
intelecto atirar com culpas próprias para cima dos ombros do pobre
Botas. A incapacidade de fazer política fora dos vícios que hoje
enunciou sempre foi característica de apoiantes do Seu lado,
logo indignos de Si. De gente que, não sabendo o que era o Respeito,
viu, com os contidos «safanões dados a tempo», ser-lhe imposto o
respeitinho.
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