Um Homem Feliz

Pensava que seria impossível encontrar tal especimen,
o certo é que acabo de ser desenganado. Disse o Sr.
Bob Baldwin, deputado da maioria no parlamento da
Austrália, que «nunca viu "nada mais criminoso" na
sua vida do que a abolição do uso da expressão mate»
naquela assembleia, para designar deputados e, o que
menos importará, visitantes. Como nada me permite
duvidar da palavra do representante do povo daquelas
paragens oceânicas, estou deveras tentado, meus Amigos,
a emigrar para a terra dos cangurus.
Estas ex-colónias inglesas têm umas manias niveladoras
estranhas. Imbuídas da psicose de se demarcarem da
aristocracia de sangue e de prémio da Pátria-Mãe britânica,
foram orientando o fundamento das suas próprias elites,
exclusivamente, para a detenção de factores produtivos e
estabelecendo normas legais e de protocolo que aplainassem
tudo o resto. Nos EUA é a sacrossanta camisa de forças
constitucional que trava a disciplina do uso de armas, que
se quer direito estendido a todos os cidadãos, já que no
antigo colonizador, no século XVIII, era apanágio da Nobreza.
No grande ex-destino penal da Oceania é o tratamento por
companheiro, não porque se queira, com tanto, engrossar as hostes
do PSD português, sim para reafirmar que, independentemente
da criminalidade das biografias ancestrais, estão todos no
mesmo barco, perdão na mesma ilha.
E aqui chegados topo com a cegueira do supra-citado sequaz
do Primeiro-Ministro Howard: o homem viveu sempre rodeado
por algo muito mais criminoso do que aquilo que estigmatizou.
PELA RETÓRICA DA IGUALDADE.
Já não mudo de continente.