Paulo: Já estava triste por não haver nenhuma resposta sua aos meus tolos comentários, agora ainda fiquei mais triste perante esta magnífica imagem.Bj, Isabel
Para ti: Não sei se respondo ou se pergunto. Sou uma voz que nasceu na penumbra do vazio.
Estou um pouco ébria e estou crescendo numa pedra. Não tenho a sabedoria do mel ou do vinho. De súbito, ergo-me como uma torre de sombra fulgurante. A minha tristeza é a da sede e a da chama. Com esta pequena centelha quero incendiar o silêncio. O que eu amo não sei. Amo. Amo em total abandono. Sinto a minha boca dentro das árvores e de uma oculta nascente. Indecisa e ardente, algo ainda não é flor em mim. Não estou perdida, estou entre o vento e o olvido. Quero conhecer a minha nudez e ser o azul da presença. Não sou a destruição cega nem a esperança impossível. Sou alguém que espera ser aberto por uma palavra.
Querida Isabel: ainda estou sob o efeito da velada censura se ter dado «uma resposta mesmo de homem». Não quero dar outras. Mas posso contrapor à belíssima poesia enviada um poema escrito por uma Mulher. Nem eu, nem, julgo, homem algum, poderia ser o seu autor. Mas exprime muito bem o meu sentir de hoje pela minha Innie:
REPETE
Diz outra vez, e outra vez ainda Que de mim gostas. Seja, muito embora, Como o cantar do cuco - ainda agora O disseste-, repete; a frase é linda.
Cantando, o cuco apregoa a vinda Da Primavera. Eu ouço, sedutora, A sua voz. Que seja enganadora Receio. Repetida, é-me bem-vinda.
Quem pode achar que, no céu cristalino, São demais as estrelas? Que num prado Fresco e viçoso, as flores muitas são?
Diz: amo, amo, amo - como o sino Repete o mesmo som - mas tem cuidado De amar-me sempre, Amor, co´o coracão.
Paulo: O poema é lindo, mas duas palavras tocaram o fundo do meu ser:"minha Innie". Obrigada por me fazer feliz, só que ao mesmo tempo sinto tanto medo! Sua Innie.
Belíssima pintura, de mais um nome que desconhecia. Cada vez que entro neste blog descodifico a enorme filigrana da minha ignorância. E quando abandono o blog estou mais rico. Quanto mais não fosse por ter estado na "casa" de um Amigo.
6 Comments:
At 11:01 AM, Anonymous said…
Paulo:
Já estava triste por não haver nenhuma resposta sua aos meus tolos comentários, agora ainda fiquei mais triste perante esta magnífica imagem.Bj, Isabel
At 5:10 PM, Anonymous said…
Para ti:
Não sei se respondo ou se pergunto.
Sou uma voz que nasceu na penumbra do vazio.
Estou um pouco ébria e estou crescendo numa pedra.
Não tenho a sabedoria do mel ou do vinho.
De súbito, ergo-me como uma torre de sombra fulgurante.
A minha tristeza é a da sede e a da chama.
Com esta pequena centelha quero incendiar o silêncio.
O que eu amo não sei. Amo. Amo em total abandono.
Sinto a minha boca dentro das árvores e de uma oculta nascente.
Indecisa e ardente, algo ainda não é flor em mim.
Não estou perdida, estou entre o vento e o olvido.
Quero conhecer a minha nudez e ser o azul da presença.
Não sou a destruição cega nem a esperança impossível.
Sou alguém que espera ser aberto por uma palavra.
"António Ramos Rosa"
Isabel
At 8:11 PM, Paulo Cunha Porto said…
Querida Isabel:
ainda estou sob o efeito da velada censura se ter dado «uma resposta mesmo de homem». Não quero dar outras. Mas posso contrapor à belíssima poesia enviada um poema escrito por uma Mulher. Nem eu, nem, julgo, homem algum, poderia ser o seu autor. Mas exprime muito bem o meu sentir de hoje pela minha Innie:
REPETE
Diz outra vez, e outra vez ainda
Que de mim gostas. Seja, muito embora,
Como o cantar do cuco - ainda agora
O disseste-, repete; a frase é linda.
Cantando, o cuco apregoa a vinda
Da Primavera. Eu ouço, sedutora,
A sua voz. Que seja enganadora
Receio. Repetida, é-me bem-vinda.
Quem pode achar que, no céu cristalino,
São demais as estrelas? Que num prado
Fresco e viçoso, as flores muitas são?
Diz: amo, amo, amo - como o sino
Repete o mesmo som - mas tem cuidado
De amar-me sempre, Amor, co´o coracão.
Elizabeth Barrett Browning
paulo
At 9:39 PM, Anonymous said…
Paulo:
O poema é lindo, mas duas palavras tocaram o fundo do meu ser:"minha Innie".
Obrigada por me fazer feliz, só que ao mesmo tempo sinto tanto medo!
Sua Innie.
At 3:42 AM, Anonymous said…
Belíssima pintura, de mais um nome que desconhecia. Cada vez que entro neste blog descodifico a enorme filigrana da minha ignorância.
E quando abandono o blog estou mais rico.
Quanto mais não fosse por ter estado na "casa" de um Amigo.
At 10:56 AM, Anonymous said…
Paulo, aconteceu alguma coisa? Espero que não, estou preocupada.
Isabel
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