A Marca da Catástrofe
Vários blogs têm vindo a evocar, nas mais
das vezes com extrema dignidade, a desgraça
de Hiroshima e Nagasaki. Quero também associar-
-me a este memorial, focando um aspecto que
não tenho visto muito tratado: o do fenómeno
de fotoimpressão que, por acção do clarão da
bomba, deixou marcadas numa ponte de Hiroshima
as silhuetas dos corpos dos peões que a atravessavam,
entretanto volatizados.
A sombra sempre foi tida como o refugo do homem.
Gungunhana, intimado a sentar-se no chão por Mouzinho,
como sinal de cedência à dominação lusa, começa por
negar, afirmando ser «um homem, não uma sombra». A
valentia do herói de Chaimite transformou o orgulho
numa fanfarronada.
Depois da humanidade diminuída que a ficção europeia
de Chamisso & C.ª agregaram ao homem sem sombra, olhamos
com horror, na simbólica da tragédia, a humanidade erradicada da
sombra sem homem.
Meu Deus, que fizemos?
das vezes com extrema dignidade, a desgraça
de Hiroshima e Nagasaki. Quero também associar-
-me a este memorial, focando um aspecto que
não tenho visto muito tratado: o do fenómeno
de fotoimpressão que, por acção do clarão da
bomba, deixou marcadas numa ponte de Hiroshima
as silhuetas dos corpos dos peões que a atravessavam,
entretanto volatizados.
A sombra sempre foi tida como o refugo do homem.
Gungunhana, intimado a sentar-se no chão por Mouzinho,
como sinal de cedência à dominação lusa, começa por
negar, afirmando ser «um homem, não uma sombra». A
valentia do herói de Chaimite transformou o orgulho
numa fanfarronada.
Depois da humanidade diminuída que a ficção europeia
de Chamisso & C.ª agregaram ao homem sem sombra, olhamos
com horror, na simbólica da tragédia, a humanidade erradicada da
sombra sem homem.
Meu Deus, que fizemos?
3 Comments:
At 10:39 PM, Anonymous said…
«Que fizemos?» Ó Porto, diga antes, o que «eles» fizeram - e já tinham feito coisa semelhante umas semanas antes, com o bombardeamento «convencional», em «carpet bombing», de Tóquio (há quem fale em meio milhão de mortos) do qual ninguém se lembra ou fala.
At 7:17 AM, Paulo Cunha Porto said…
Como sabe, caro Eurico, foi a frase proferida pelo comandante do Enola Gay, após a hecatombe...
At 5:20 PM, Anonymous said…
Exactamente, «depois»...
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