Condições da Independência
O complexo esquema político alemão utilizado
por Schroeder para despoletar eleições, com uma
apresentação de Moção de Confiança e concomitante
pedido de voto negativo aos próprios deputados, fez
com que alguns destes, farejando batota subversora
das instituições, apresentassem uma queixa no Tribunal
Constitucional.
Despertou-me este facto uma incontornável melancolia.
Onde é que, no nosso sistema político-eleitoral, não muito
afastado do alemão, se poderia vislumbrar tal autonomia
nos deputados do partido maioritário?
Por esse ponderoso motivo, eu, que sou hostil a qualquer
partidocracia, reconheço, necessariamente, que há umas mais
iguais do que outras. E por isso defendo com afinco a já
anunciada criação de círculos uninominais, desde que abertos
a candidaturas de independentes.
Faça, nisto, o Eng.º Sócrates o que prometeu e estará a reunir
elementos para que alguém elabore a sua Apologia.
por Schroeder para despoletar eleições, com uma
apresentação de Moção de Confiança e concomitante
pedido de voto negativo aos próprios deputados, fez
com que alguns destes, farejando batota subversora
das instituições, apresentassem uma queixa no Tribunal
Constitucional.
Despertou-me este facto uma incontornável melancolia.
Onde é que, no nosso sistema político-eleitoral, não muito
afastado do alemão, se poderia vislumbrar tal autonomia
nos deputados do partido maioritário?
Por esse ponderoso motivo, eu, que sou hostil a qualquer
partidocracia, reconheço, necessariamente, que há umas mais
iguais do que outras. E por isso defendo com afinco a já
anunciada criação de círculos uninominais, desde que abertos
a candidaturas de independentes.
Faça, nisto, o Eng.º Sócrates o que prometeu e estará a reunir
elementos para que alguém elabore a sua Apologia.
2 Comments:
At 5:29 PM, Flávio Santos said…
«Onde é que, no nosso sistema político-eleitoral, não muito
afastado do alemão, se poderia vislumbrar tal autonomia
nos deputados do partido maioritário?»
Concordo, veja sff o que escrevi em tempos:
«Uma última palavra para os partidos portugueses: neste cantinho da Europa a disciplina partidária é regra: não há facções, não há tendências, a não ser personalizadas; em questões de liberdade de voto é o zero absoluto. Em França temos dentro dos grandes partidos alas soberanistas, alas anti e pró Constituição; em Inglaterra é possível ver o Labour dividido quase a meio em votações chave (como a decisão de invadir o Iraque). Por cá, é o que vemos: a carneirada, que o poleiro é mais bem saboroso que a obediência à consciência e aos valores.»
http://santosdacasa.weblog.com.pt/arquivo/2005/05/index.html
At 8:25 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu caro FG Santos.
Falou pouco mas disse tudo: carneirada. Endosso por baixo.
Nisso, que não nas perversões oriundas do financiamento, os americanos dão lição a ter em conta: cada congressista, cada senador tem as suas posições e responde por elas diante dos eleitores. A "disciplina partidária"=nulificação da pessoa,
apesar de se vir acentuando, quase inexiste.
Cá, se alguém tem opinião própria,
vê-se logo em riscos de apanhar um
processo disciplinar. Até há a figura da "liberdade de voto em questões de consciência". Como se a
consciência se apagasse nas outras...
Post a Comment
<< Home