Memórias de Ontem e de Hoje

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«Sons de Celebração», de Karin Husty.
Passagem do Ano, mais uma das épocas de alegria condicionada que, em teoria, detesto. Bill Vaugham dizia que a diferença entre a juventude e a meia-idade, nestas matérias, estava em, na primeira «ser-nos permitido ficar acordados até à meia-noite», no dia desta mudança anual. Enquanto que no estrato mais vivido «somos obrigados a permanecer» em vigília, nessa mesma data».
Assim, este quarentão que sou cedeu, mas, perante o caso concreto, só pode gabar-se da decisão de ter escolhido o conformismo. No magnífico cenário das Azenhas do Mar, em casa cuja traça e respectivo arranjo honravam a situação, com Anfitriões Magníficos, Mãe e Filho, decorreu uma confraternização deliciosa, rodeado de Gente Interesantíssima, tanto Os que conhecia já, como Os que descobri. O sono perdido bem parco sacrifício foi, perante tanta Riqueza de conversa e simpatia que me envolveram. E, um pouco mais recuperado, após uma manhã de cama restauradora, cá me deitei à procura de uma frase do Autor que comecei por citar que pudesse justificar tanta luz num misantropo habituado a ver as coisas em tons muito foscos. Encontrei:
«Um optimista fica acordado até à meia-noite para ver o Ano Novo chegar. Um pessimista mantém-se desperto para se certificar de que o Ano Velho se foi».