Quantidade de Vida
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Uma enorme parte dos britânicos está pronta a um zero redondo no que a sexo, bem como gostos no comer e beber respeita, se, em troca, obtiver uma vida até aos cem anos. Pode o Leitor pensar que raio de vida será essa. Fosse por um alto ideal tão dura renúncia e seria digno de louvor. Agora só para espremer mais uns anitos miseráveis leva-me sempre à revisitação de «A MORTE CANSADA» de Fritz Lang, em que a protagonista julga ter achado alguém poronto a morrer pelo seu amado num grupo de velhos que lamenta as mazelas e o facto de estar preso a este mundo, até que, abordando-os, ouve de todos a resposta de que não dariam «nem um minuto, nem um segundo» das miseráveis existências que eram as suas. E, no entanto, há coisas de que os degenerados súbditos de Sua Majestade não abdicariam: o dinheirinho, em primeiro lugar. Não que servisse para lhes dar grandes prazeres, como se vê, mas há que ceder à ficção do tempo com a invenção de realizações profissionais assentes nos salários. O único factor de esperança reside em as respostas assegurarem que Família e Amigos não seriam postos de lado. Apesar de o Advogado do Diabo poder inquirir que qualidade de afecto poderá concretizar este tipo de gente...
Uma enorme parte dos britânicos está pronta a um zero redondo no que a sexo, bem como gostos no comer e beber respeita, se, em troca, obtiver uma vida até aos cem anos. Pode o Leitor pensar que raio de vida será essa. Fosse por um alto ideal tão dura renúncia e seria digno de louvor. Agora só para espremer mais uns anitos miseráveis leva-me sempre à revisitação de «A MORTE CANSADA» de Fritz Lang, em que a protagonista julga ter achado alguém poronto a morrer pelo seu amado num grupo de velhos que lamenta as mazelas e o facto de estar preso a este mundo, até que, abordando-os, ouve de todos a resposta de que não dariam «nem um minuto, nem um segundo» das miseráveis existências que eram as suas. E, no entanto, há coisas de que os degenerados súbditos de Sua Majestade não abdicariam: o dinheirinho, em primeiro lugar. Não que servisse para lhes dar grandes prazeres, como se vê, mas há que ceder à ficção do tempo com a invenção de realizações profissionais assentes nos salários. O único factor de esperança reside em as respostas assegurarem que Família e Amigos não seriam postos de lado. Apesar de o Advogado do Diabo poder inquirir que qualidade de afecto poderá concretizar este tipo de gente...
Vai com «Bacanal», de Ticiano, que é para aprenderem.
4 Comments:
At 6:20 PM, JSM said…
Bem metido o Bacanal, sempre quero ver se os bifes não mudam de opinião!
Um Abraço.
At 7:00 PM, Paulo Cunha Porto said…
Confesso que não tenho ideia, Meu Erudito Amugo. Ver, quase certamente que não vi, mas o que me faz espécie é que nem o recordo das filmografias. Não andará aí ponta de sportinguismo?
Não é, Caro JSM? Mas como o Mundo anda a torcer e distorcer os depoimentos públicos, ainda me vão dar como anglófobo, por querer tirar anos de vida aos naturais das Ilhas para lá do Canal da Mancha...
At 7:01 PM, Paulo Cunha Porto said…
Abraços a Ambos, claro.
At 9:29 AM, Paulo Cunha Porto said…
De tal forma, Caro Visconde, que lhe vejo a obra como sendo ainda mais conservadora do que indica a vida.
Ah, não vi, confesso a minha ignorância.
Abraço.
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