Apalpar a Arte
«Um quadro não deve ser desde logo uma ideia: ele deve somente ser uma ideia quando está acabado, pois esta ideia é a soma daquelas que concorreram para a sua execução, é de lá que tira a sua expressão».
e
«Quando o artista raciocina, é sinal de que não compreende mais nada».
.

Já o seu método de apreensão do que pintava, sempre com o ritmo próprio em primero plano nas preocupações, pode bem harmonizar-se com a tentativa radical de sentir a realidade com o mínimo de intelecção deformante possível. Deixou saber que quando pintava um nu sentava o Modelo sobre os joelhos e acariciava a Mulher com a mão esquerda, enquanto a pintava com a mão direita, porque «não se contentava em ver o seu tema, precisava também de o sentir». Curiosa predilecção esta, passível de ser entendida como dar um cheirinho do método para deleitar-se com a reconstituição que, a partir da pintura vista, o público fizesse da acção da passagem à tela: uma espécie de "voyeurisme por adivinhação"...
Cumpramos então o normativo com este «Nu Diante de uma Cortina Verde».
3 Comments:
At 6:47 PM,
Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Espadachim:
Com efeito, é cercear-lhes a... criatividade!
Ab.
At 11:07 AM,
Anonymous said…
Apalpou-a de tal modo que lhe deformou as maminhas. Seria um bom pintor, mas essa coisa de afagar é uma ciência que não tem nada com a pintura, como se pode observar pelo desastroso resultado.
At 6:23 PM,
Paulo Cunha Porto said…
Talvez se tenha ficado a dever à... desconcentração. Esperemos que a outra parte da multifacetada actividade tenha resultado melhor.
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