Um Homem do Passado
Sempre torci o nariz à actuação pública de Henry Kissinger. Acho-lhe, desde sempre, uma desconformidade de sucesso entre o estudo erudito da diplomacia do passado, como a que operou em «A RESTAURAÇÃO DE UM MUNDO», e o debitar de banalidades, sempre pronto a dar um passo atrás, com que analisa a actualidade. As muito recentes declarações sobre a ameaça que representa a bomba iraniana ilustram-no à saciedade. Claro que seria muito problemática a ocupação do Irão. Mas julgo que ninguém, nem sequer os mais voluntaristas conselheiros do Secretário Rumsfeld pensam nisso. O que está em cima da mesa é tão-só o emprego da força adequada a neutralizar o salto armamentista persa para o nuclear, por muito gratificante que fosse ver os Ayatollahs remetidos ao Labor específico da Oração. Por isso, não encontro ponta por onde pegar na invocação das negociações da limitação de armas não-convencionais com a defunta União Soviética, por serem incomparáveis um regateio assente em bases de racionalidade e uma altercação em que um dos lados encontra base numa interpretação religiosa minoritária, com laivos de recompensante destinação sacrificial.
2 Comments:
At 3:05 PM, Anonymous said…
Hombres del pasado, pero siempre inquietantes: Kissinger, Andreotti.....
At 3:12 PM, Paulo Cunha Porto said…
E não nos livramos deles!
Ab.
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