A Ideia Peregrina

O Ministro Costa (Alberto) vem propor-nos que o curso de direito deixe de ser critério obrigatório para o acesso à magistratura. Não há que espantar, é mesmo coisa dele. E não deve ser por andar com o calendário atrasado e se julgar a 1 de Abril. Com efeito, se já foram Ministros das Finanças alguns quantos licenciados em Direito e se pessoas com tal formatura andam a fazer estudos de opinião, não admiraria que SEX.ª invocasse a igualdade para botar economistas e sociólogos a presidir um tribunal. O que espanta é que não foi a preocupação igualitária que norteou o governante, mas a preocupação de «enriquecer a magistratura de todas as competências para enfrentar os problemas que se colocam na actualidade». É perfeitamente entendível, o ministerial personagem ergue uma imagem da adequação ao desempenho decalcada da sua competência para ocupar o lugar que ocupa.

O próximo passo deverá ser estender a cirurgia a licenciados que não em medicina. Seria muito apto a contrariar o envelhecimento da população. E a direcção de construção de pontes deve ser aberta a diplomados de outros ramos do saber: nunca mais correria o risco de cair o que não chegaria a estar de pé.

Os anarquistas devem andar felizes da vida. A permissão dada ao Dr. Alberto Costa de exercer as funções que ocupa evita-lhes o risco de se verem governados.