Da Metáfora à Metamorfose

De Sir James Thornhill, «Tétis aceitando o Escudo Forjado Por Hefesto»
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A descrição do Escudo de Aquiles, na Ilíada, era, mais do que realização artística homeriana, tida por explanação cartográfica dominante do Mundo, segundo as concepções arcaicas que rivalizavam com a esfericidade pitagórica.
Repare-se na diferença: nesse tempo o Mundo era dado ao Homem pela divindade para que pudesse lutar e vencer, pois a sua protecção já se pensava garantida por uma imersão a que apenas a residual preocupação de segurança roubou eficácia. Hoje é tido pelo obstáculo contra o qual tem de lutar, para sobreviver, não havendo vitória outra, de maior, a almejar.
A chave da diferença - os heróis extinguiram-se, até no último habitat que lhes restou, o da mente dos poetas.
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