A Leve Herança
O principal tema do mesmo matutino integra um artigo esclarecedor das intenções dos coveiros europeus que se dão o nome de governantes acerca do que fazer à carcaça de um morto. Coveiros incompetentes, já se vê, porque andam hà meses para enterrá-lo. Também por isso, como pela doença que o vitimou, fede até mais não. O falecido é, evidentemente, o Tratado Constitucional Europeu, rejeitado por dois dos Países-Membros, em referendo. Diz-se agora que a Presidência Portuguesa pode herdar o tema mais difícil dos últimos anos, a discussão da sua «solução». Ora, a solução está mais que encontrada, é só enterrar o corpo em putrefacção, até por motivos de saúde pública. Mas, subitamente, somos inteirados de desrazão maior para a falta, qual seja a da absorção de energias gastas em discutir o que não merece discussão deixar escassa «disponibilidade para tratar problemas económicos». Aí é que bate o ponto, desconfiados da sua e nossa incompetência no campo, os leaders europeus querem pôr em evidência um fantasma que entretenha. Privilegiar o que em nada pode melhorar a vida no Continente, renunciando ao seu dever de tomar medidas concretas e sectoriais que, efectivamente, para tal progresso possam contribuir. Maneira de aliviar o peso das responsabilidades.
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