Leitura Matinal -312
Passamos a vida a idealizar o Amor. E a forma mais comum de o fazer
é querê-lo durando para sempre. A eternização dos momentos felizes começa por reduzir o sempre à duração da própria vida. Mas não tarda em ver sentido no alargar da esperança à memória que o amante sobrevivo possa guardar do que alimenta o desejo. Este prolongamento post-mortem cresce e ganha volume
à medida que se sente o fim aproximar-se. Quando a aspiração é mais altruísta toma a forma delicada que se centra não no desejo de ver perpetuado o culto, mas na generosidade de desejar ver quem fica poupar-se ao desgaste persistente da tristeza e do sofrimento, cujo lugar seria ocupado pela serenidade da memória. Mas há culminâncias mais elevadas
ainda: as que se escalam ao prescindir da satisfação dessa própria continuidade, com o intuito de não perturbar quem na Terra ainda se arrasta. É que se a Eternidade é o envelope sublime em que se envolve a intensidade do coração, é bem pálida embalagem, quando comparada com a supremacia da construção que lhe sucede - o Sacrifício.
De Chistina Rossetti:
RECORDA
Recorda-me quando eu já tiver partido,
......Partido longe adentro da terra silente,
......Quando não mais a mão me possas dar,
Nem eu, semi-virar-me para ir, e ao virar-me ficar.
Recorda-me quando não mais, dia a dia,
......Me contares o nosso futuro que planeaste:
......Recorda-me apenas. Compreendes,
Já será tarde para dar conselhos e rezar.
Porém, se por um momento me esqueceres
......E se depois recordares, não lamentes:
......Pois se o escuro e a corrupção deixarem
......Um vestígio dos pensamentos que uma vez tive,
É de longe melhor que esqueças e sorrias
......Que por recordar entristeças.
Posto ao lado de «Eu desejaria que Este Momento
Durasse Para Sempre», de A. Magill, «Tristeza»,
de Caroline Beasley e «O Sacrifício do Amor», de
Cynthia Williams.
é querê-lo durando para sempre. A eternização dos momentos felizes começa por reduzir o sempre à duração da própria vida. Mas não tarda em ver sentido no alargar da esperança à memória que o amante sobrevivo possa guardar do que alimenta o desejo. Este prolongamento post-mortem cresce e ganha volume
à medida que se sente o fim aproximar-se. Quando a aspiração é mais altruísta toma a forma delicada que se centra não no desejo de ver perpetuado o culto, mas na generosidade de desejar ver quem fica poupar-se ao desgaste persistente da tristeza e do sofrimento, cujo lugar seria ocupado pela serenidade da memória. Mas há culminâncias mais elevadas
ainda: as que se escalam ao prescindir da satisfação dessa própria continuidade, com o intuito de não perturbar quem na Terra ainda se arrasta. É que se a Eternidade é o envelope sublime em que se envolve a intensidade do coração, é bem pálida embalagem, quando comparada com a supremacia da construção que lhe sucede - o Sacrifício.
De Chistina Rossetti:
RECORDA
Recorda-me quando eu já tiver partido,
......Partido longe adentro da terra silente,
......Quando não mais a mão me possas dar,
Nem eu, semi-virar-me para ir, e ao virar-me ficar.
Recorda-me quando não mais, dia a dia,
......Me contares o nosso futuro que planeaste:
......Recorda-me apenas. Compreendes,
Já será tarde para dar conselhos e rezar.
Porém, se por um momento me esqueceres
......E se depois recordares, não lamentes:
......Pois se o escuro e a corrupção deixarem
......Um vestígio dos pensamentos que uma vez tive,
É de longe melhor que esqueças e sorrias
......Que por recordar entristeças.
Posto ao lado de «Eu desejaria que Este Momento
Durasse Para Sempre», de A. Magill, «Tristeza»,
de Caroline Beasley e «O Sacrifício do Amor», de
Cynthia Williams.
2 Comments:
At 1:13 PM, Anonymous said…
Todos os dias recordo o momento em que a tua mão tocou o meu rosto. Mesmo que este tenha sido e seja o único momento, é eterno no meu coração.
Uns dias entristece, outros é razão de viver: apenas esse gesto.
Agradeço-Te para sempre, agora estou de partida...irás compreender, um dia.I.
At 12:47 PM, Anonymous said…
Foi por Ti que tudo terminou.I.
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