Leitura Matinal -291
A desilusão com a humanidade, se é substituída pela ilusão do seu
fim, como alívio, pode gerar uma situação dúbia: a daquele que clama pelo fim se ver na contingência de constituir o derradeiro prolongamento da espécie a que se tinha por pertencente, para que pudesse percepcionar a extensão em que os seus desejos tinham sido atendidos. Não haveria margem para sentir-se logrado. Afinal,
ao pedir a extinção da humanidade tinha já demonstrado suficientemente não fazer parte dela, não porque haja grande coisa a esperar de entidade tão imperfeita, mas por se ter caído na desesperança mais absoluta. É a própria ideia de Termo que está em questão, pois só na Eternidade é possível justiça. E aí é mais que óbvio que o futuro não se afigura particularmente risonho a quem quer abreviar o mal por uma condenação genérica, sem particularização e hierarquização das culpas. De resto, como dantes, o maior engano jaz na ideia de si.
De Jack Kerouac
POEM
I demand that the human race
ceases multiplying its kind
........and bow out
........I advise it
And as punishment & reward
for making this plea I know
........I´ll be reborn
........The last human
Everybody else dead and I´m
an old woman roaming the earth
........groaning in caves
........sleeping on mats
And sometimes I´ll cackle, sometimes
pray, sometimes cry, eat & cook
........at my little stove
........in the corner
"Always knew it anyway,"
........I´ll say
And one morning won´t get up from my mat
Amenizado com figurações da «Reencarnação»,
segundo Marle e de uma visão do último dos seres
humanos.
fim, como alívio, pode gerar uma situação dúbia: a daquele que clama pelo fim se ver na contingência de constituir o derradeiro prolongamento da espécie a que se tinha por pertencente, para que pudesse percepcionar a extensão em que os seus desejos tinham sido atendidos. Não haveria margem para sentir-se logrado. Afinal,
ao pedir a extinção da humanidade tinha já demonstrado suficientemente não fazer parte dela, não porque haja grande coisa a esperar de entidade tão imperfeita, mas por se ter caído na desesperança mais absoluta. É a própria ideia de Termo que está em questão, pois só na Eternidade é possível justiça. E aí é mais que óbvio que o futuro não se afigura particularmente risonho a quem quer abreviar o mal por uma condenação genérica, sem particularização e hierarquização das culpas. De resto, como dantes, o maior engano jaz na ideia de si.
De Jack Kerouac
POEM
I demand that the human race
ceases multiplying its kind
........and bow out
........I advise it
And as punishment & reward
for making this plea I know
........I´ll be reborn
........The last human
Everybody else dead and I´m
an old woman roaming the earth
........groaning in caves
........sleeping on mats
And sometimes I´ll cackle, sometimes
pray, sometimes cry, eat & cook
........at my little stove
........in the corner
"Always knew it anyway,"
........I´ll say
And one morning won´t get up from my mat
Amenizado com figurações da «Reencarnação»,
segundo Marle e de uma visão do último dos seres
humanos.
3 Comments:
At 9:59 PM, Jansenista said…
Kerouac! Isto hoje está em grande!
At 11:43 PM, João Villalobos said…
Boa escolha! Sabes que escrevi a quatro mãos uma biografia do Kerouac? Para a mesma colecção que o Junger do Rogeiro. Infelizmente, a foi aí que a colecção parou :)
At 7:58 AM, Paulo Cunha Porto said…
Caro Jansenista O «Pela Estrada Fora» é um livro que não me cansa. E de cada vez que leio algo sobre a vida de JK e sobre as suas opiniões, tenho uma surpresa. Tenho a impressão que desde Augusto Comte não quem tenha visto o respectivo pensamento tão deformado pelos respectivos "seguidores". Só que este é mais grave, por mais atractivo, no mundo exteriormente perto de nós, claro.
Ah e Nietzshe! Mas Esse dá para tudo.
Caro João:
Tenho de ler isso. Chegaram a fazer o livro? Seria uma raridade a juntar ao retirado volume que referes.
Tens estado fora? Nos últimos dias tem havido poucos Prazeres atribuídos a J. V., ausência mitigada, é certo pela Companhia Blogueira respectiva.
Abraços a Ambos.
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