O Misantropo Enjaulado

O optimismo é uma preguiça do espírito. E. Herriot

Wednesday, March 29, 2006

Empenhamentos

Pois é, em Israel o Kadima ganhou, mas não por aí além E é má notícia que o partido mais empenhado numa paz equilibrada tenha de fazer negociações complicadas para governar. A boa notícia é que o Sr. Netanyahu levou uma banhoca e, se ainda restar alguma voz autónoma no Likud, até a liderança estará em perigo, dando de barato que não lhe contrariarão a ida para a oposição. Mas há sinais preocupantes, como a vitória relativa do Sr. Lieberman, que quer uma espécie de instituição legal dum para-apartheid entre Árabes e Israelitas no País, como o bom resultado de um movimento parecido com o Partido de Solidariedade Nacional dos tempos do Prof. Sérgio, o que indica sempre desconfiança da população face ao poder. E pode ser a pior notícia para o Estado Hebraico e, quanto a mim, para o Ocidente: caso a abstenção record indicie igualmente um abatimento no empenho em defender a sobrevivência do País. É conveniente estar atento aos sinais.

16 Comments:

  • At 11:56 AM, Anonymous Anonymous said…

    Vira o disco e toca o mesmo...Mas discordo contigo quanto a tomar estes resultados comoo uma possível indicação de falta de empenho em defender o país, como a história recente de Israel já demonstrou à saciedade...Mas, enquanto a "linha dura" for predominante em ambos os lados, isso não será possível. E, infelizmente, as últimas eleições na "Palestina" e ontem, em Israel, não são, de facto, asnimadoras...

     
  • At 6:38 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Meu Caro TSantos:
    Não sei bem, Camp David foi assinado por um homem da linha duríssima, Begin. De qualquer forma o "Kadima" apresntava-se como centrista e com programa expresso no campo. Quanto ao resto, de acordo que até agora tem sido provado o empenho na defesa, mas nunca vimos abstenção tão alta. Tudo dependerá das formas de que se revista o desinteresse...

     
  • At 7:16 PM, Blogger Flávio Santos said…

    Se eles não se empenham em defender o país (coisa em que não acredito) tanto melhor...;)

     
  • At 7:31 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Caro FSantos:
    por que será que, mesmo que não ostentasse a Tua assinatura, eu saberia sempre que este comentário era Teu?
    Ab.

     
  • At 12:26 AM, Blogger vs said…

    "Se eles não se empenham em defender o país (coisa em que não acredito) tanto melhor...;)"

    Ou seja, para o FSantos, toda malta tem direito a ter um país.....menos os judeus.

    Como princípio nacionalista, não está mal não senhor....

     
  • At 8:22 AM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Hihihihihi! Oh Nelson, nem tanto. O Muito Caro FSantos até aceitaria o Estado de Israel, desde que nalguma ilha do Pacífico, localização com grandes conexões à História Hebraica, como se sabe.
    Ab.

     
  • At 12:11 PM, Blogger Flávio Santos said…

    «Ou seja, para o FSantos, toda malta tem direito a ter um país.....menos os judeus.» O Paulo apanhou bem a questão da localização...

     
  • At 12:12 PM, Blogger Flávio Santos said…

    Mas ainda eram capazes de criar enclaves (ou bantustões) para os pobres polinésios...

     
  • At 2:49 PM, Anonymous Anonymous said…

    Paulo: pois foi, mas o Sinai não é propriamente o "core" de Israel (pelo menos, tal como foi definido e aceite pelos Israelitas em 1948)...E, deste modo, eliminaram uma das possíveis frentes de guerra! Ao que parece, só a "linha dura" sabe ser pragmática...quando quer!

    No limite, os países árabes têm grandes culpas no cartório relativamente a todo este embróglio: se tivessem aceite a partilha da Palestina em 1948, ou não tivessem reincidido em 1956 e 1967, talvez agora não estivessem a chorar a terra perdida...Ou enmtão, o actual "mau da fita" seria um país árabe (a Jordânia)...

     
  • At 6:39 PM, Blogger vs said…

    Não posso acreditar que o FSantos pense dessa maneira.
    Só pode estar a brincar connosco.

     
  • At 7:06 PM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Oh Nelson, mas reparou na moleza com que o Caríssimo FSantos defendeu os direitos dos polinésios? Se fossem árabes, faço ideia da ferocidade do pleito!

    Meu Caro TSantos: concordo contigo no essencial. A história das lutas entre Árabes e do desprezo a que a maioria deles votou sempre os Palestinianos, herdeiros do que atingia os Filisteus, tem vindo a ser, convenientemente, esquecida. Mas temos que falar baixinho: quando se atribui alguma responsabilidade ao mundo Islâmico, "maxime" Árabe, o Teu Caríssimo Homónimo começado por "F" é Cão de Guarda que despedaça qualquer um, em sentido figurado, claro está.
    Abraços a Ambos e ao Pasionista - termo composto a partir de "Pacífico" e "Sionista", mas com elucidativas ressonâncias próximas de "passion", que é o que O norteia sempre neste assunto...

     
  • At 11:51 PM, Blogger vs said…

    Pois é Paulo...
    Agora é racismo. Querem ver!
    (o que se inventará a seguir?!)

    Aqui a questão não é de racismo.
    Mas...e se fosse??
    Engraçado!
    Logo se chegaria à conclusão que:
    Toda a malta pode ser racista....menos os judeus.
    Toda a gente pode ser identitária...menso os judeus.
    Toda a gente pode ser PODRE de rica sem ser acusada de conspirar....menos os judeus.

    "A história das lutas entre Árabes e do desprezo a que a maioria deles votou sempre os Palestinianos, herdeiros do que atingia os Filisteus, tem vindo a ser, convenientemente, esquecida."

    Ora nem mais.
    Mas as memórias andam 'enferrujadas'.

    " se tivessem aceite a partilha da Palestina em 1948, ou não tivessem reincidido em 1956 e 1967, talvez agora não estivessem a chorar a terra perdida..."

    Bravo!Bravo!
    Até que enfim se faz alguma luz.
    É claro que 1967 e 1973 foram apenas campanhas beatas, tendo em vista a distribuição de perfume e flores.
    Imagina-se, fácilmente, o escabeche monumental se tivesse sido Israel a desencadear as guerras.
    Faço ideia!
    (em 1967, ó Paulo,os gajos até as botas deixaram para trás na fuga perante a investida..AHAHH...o Gamal & Associates julgavam que iam destruir Israel e mais isto e aquel'outro...acabaram metidos na ordem em 6 dias....eehehheheh)

    O Saddat atreveu-se (como ousou ele?! que atrevimento!!) a assinar a paz....logo os eternos 'bonzinhos-vítimas-acima-de-qualquer-suspeita' lhe trataram da saúde.
    Por este andar, qualquer dia, ainda se vai arranjar maneira de justificar o atentado de Lockerbie.
    Os mafomas (i.e integristas e demais fanáticos), já se sabe, são incapazes de fazer mal a uma mosca, coitadinhos.
    Mauzóes, só os 'outros'.
    Por estes lados empre se teve a frontalidade de reconhecer os abusos e excessos (que se deploram) de Israel que, aliás, também não faz grande coisa para os esconder.

    Eu, o Paulo (que não me parece rapaz da 'extrema-direita neoliberal buSShista e SSharonista' e, por isso, é insuspeito) e tantos outros defendemos DOIS Estados soberanos.
    DOIS!
    Os outros, defendem um só Estado, muçulmano, com a consequente extinção de Israel.
    Mas não especificam o que aconteceria aos seus habitantes....

    Se não podem estar no ocidente e não podem estar em Israel,...não vejo grandes saídas.

    Quanto mais o tempo passa mais me convenço que lhes assite razão na ferrenha defesa do pequeno Estado.
    Eu, no lugar deles, faria o mesmo.

     
  • At 12:08 AM, Blogger Flávio Santos said…

    (Estava mesmo a brincar - também tenho direito.)
    Dois estados não me parece má ideia, mas o sionista teria que voltar às fronteiras de 48, assegurar o direito ao retorno dos refugiados, pagar chorudas indemnizações aos palestinos (seguindo o exemplo dos alemães no pós-guerra) e aceitar Jerusalém como capital do estado palestiniano. E, já agora, enterrar o machado de guerra, desactivar as suas ogivas nucleares e, se possível, encetar uma política de cooperação técnica e económica com os seus vizinhos.
    Não me parece uma perspectiva racista nem extremista mas o Nelson dará a sua opinião.

     
  • At 1:19 AM, Blogger vs said…

    "Dois estados não me parece má ideia..."

    Halleluiha, lá, lá rá
    Halleluiha, lá, lá rá, rá

    "o sionista teria que voltar às fronteiras de 48,"

    O sionista está disposto a voltar à véspera da Guerra dos Seis Dias.

    "assegurar o direito ao retorno dos refugiados"

    Fair enough.

    "pagar chorudas indemnizações aos palestinos"

    Ora aí...humm...é que a malta é um bocado 'agarrada'.
    Nã, estou a brincar (tb tenho direito)
    Tá certo. Nada contra.
    Pelo menos uma casa com três assoalhadas (dois WC's, um para uso 'normal' e outro para as couves, ahahaha), um carro utilitário e um pack de acções da PT parece-me justo.

    "aceitar Jerusalém como capital do estado palestiniano."

    Essa é difícil, mas nunca se sabe.
    Parece-me dificil que a capital venha a saír de Tel-Aviv.

    " enterrar o machado de guerra"

    Se os outros também o fizerem acho que sim, sem margem para dúvidas.

    "desactivar as suas ogivas nucleares"

    Se todos os países (EUA inclusivé) fizerem o mesmo, why not?!

    "...encetar uma política de cooperação técnica e económica com os seus vizinhos."

    É claro que sim, seria óptimo.

    obs-Israel já tem relações económicas com países da região.

    Gostei de ler o FSantos.
    Para dizer a verdade, chateamo-nos mais nós do que muitos que vivem lá.
    Tirando os mafomas (i.e. destrambelhados religiosos e fanáticos profissionais) e os radicais judeus (que são uma gente também ela destrambelhada e religiosamente fanátizada), existem inúmeros (mas mesmo muitos) judeus e árabes que vivem e convivem pacificamente e são amigos...daqeles amigos de todos os dias. Sim,amigos, colegas de trabalho, colegas de escola...,SIM, tomam café juntos, visitam a casa uns dos outros!
    Gente normal, uns judeus e outros árabes, cujo maior sonho é que o conflito acabe de vez para poderem fazer a sua vida em paz e sossego e que olham com grande tristeza para o desconchavo bilateral que vai ocorrendo.

     
  • At 8:46 AM, Blogger Paulo Cunha Porto said…

    Oh Nelson , lá tinha visto no SG os apodos com que O mimosearam. Que delícia. Mesmo que uma pessoa se esforce muito é difícil encontrar mais contradições nos termos. Eu metia no "curriculum"
    Aos Dois:
    Claro que para a paz há que promover por todos os Palestinianos e demais Árabes o recnhecimento, se não de Israel, pelo menos do seu direito à existência, o que é difícil, embora não impossível. O problema é mesmo Jerusalém. Vejo apenas uma solução, a de transformá-la em condomínio. Mas com Gente que se dá tão mal é difícil que tenha pernas para andar. O problema não é territorial, é religioso, pelo carácter sagrado que a cidade tem para ambas as religiões. E isso dificulta as coisas.
    Abraços a Ambos

     
  • At 12:58 PM, Anonymous Anonymous said…

    "...é Cão de Guarda que despedaça

    qualquer um, em sentido figurado, claro está. (...)"

    Bem, enquanto for apenas em sentido figurado... :)

    Agora, falando mais a sério: também acho que a ÚNICA solução para o problema é a fundação de dois estados soberanos.

    "teria que voltar às fronteiras de 48,..."

    Penso que essa é a questão mais fácil (menos difícil?) de resolver. Há, claro, o problema do controlo das fontes do Jordão, que está a dificultar o entendimento com a Síria, mas não creio que seja inultrapassável.

    "aceitar Jerusalém como capital do estado palestiniano."

    Eu diria muitíssimo improvável...Uma solução possível? Deixar Jerusalém ser a captial "espiritual" dos dois estados, mantendo-se/criando estruturas administrativas em cidades diferentes (Telavive, que já funciona, de facto como capital de Israel, e por exemplo Ramallah)


    "...assegurar o direito ao retorno dos refugiados, pagar chorudas indemnizações aos palestinos (seguindo o exemplo dos alemães no pós-guerra)..."

    Diria que é uma utopia. As actuais condições político-sociais não permitem que Israel aceite isso...E porque haveria de aceitar? Afinal, foram eles que ganharam a guerra...O mesmo se pode dizer relativamente às idemnizações. Historicamente, e exceptuando os casos em que houve lugar a compensações mútuas, foram sempre os vencidos a compensar os vencedores...Neste caso, fizeram-no com territórios...

    Não vejo ninguém a exigir aos Russos e Polacos que idemnizem os alemães que expulsaram da Prússia Oriental após a II GM...Esse, aliás, era um dos principais receios da Polónia (e, embora menos da Rússia) relativamente à reunificação alemã, que só avançou depois da então RFA ter dado garantias de que abdicaria dessa exigência.

    "...desactivar as suas ogivas nucleares..."

    Com o Irão a tentar ostensivamente adquiri-las? Não creio...Pessoalmente, as armas nucleares de Israel nunca me tiraram o sono. Já um Irão, com as características do actual, armado de ogivas, não sei...

    "...e, se possível, encetar uma política de cooperação técnica e económica com os seus vizinhos."

    Acho que isso está mais no campo dos árabes...que, por sinal, até teriam mais a lucrar com isso do que Israel!

    Abrços a todos

     

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