A Amizade NÃO Justifica Tudo
A minha afectividade, melhor, o meu afecto, por João Bénard da Costa é grande. Para além do trabalho na Cinemateca e das entusiásticas apresentações que seguia quando dela era habitualíssimo frequentador, sempre gostei de O ler, nas crónicas jornalísticas. E não esqueço - como poderia fazê-lo? - que duas delas me tiveram como correspondente citado e catalisador, em «O INDEPENDENTE» de anos atrás. Mas não posso deixar passar claro a defesa do indefensável que hoje tentou empreender no programa radiofónico «COM SAL E PIMENTA»: dizer que não condena a atitude incorrecta, para além dos limites já latos da actualidade, do candidato presidencial que apoiou, quando abandonou a posse presidencial sem cumprimentar o Eleito, por considerar que seria uma «atitude de hipocrisia» está para além dos limites do aceitável. Ser bom desportista não é ser hipócrita. E se os eleiçoeiros prescindem do desportivismo, o que lhes resta é nada.
5 Comments:
At 2:39 PM, Anonymous said…
Te sugiero, amigo Paulo, que reproduzcas la imagen del cuadro de Silva Velazquez "La rendición de Breda", o cuadro de las lanzas (llamado popularmente), en el que se observa la caballerosidad de vencedor y vencido....Aquí, el único caballero fue , como de costumbre, el profesor Cavaco
At 2:39 PM, Flávio Santos said…
Desculpa lá mas o homem é um cabotino de primeira apanha, não fez esquecer Luís de Pina. E que dizes à obsessão do personagem em ver símbolos fálicos em todo o lado? Para ele, a barba de Tcherkassov em "Ivan o Terrível" era o maior símbolo fálico da historia do cinema...
E já nem falo da aparição do sujeito em "Non, ou a vã glória de mandar", de Oliveira, que na ante-estreia pôs a sala da Gulbenkian a rir!
At 3:00 PM, Paulo Cunha Porto said…
Caro Amigo de Espanha:
Publiquei, recentemente, esse grande quadro de Velazquez. A situação é tanto pior quanto Alegre e Jerónimo, honra lhes seja feita, se portaram com dignidade.
Caro FSantos:
Não julgo aqui os dotes de Actor, mas os de Escritor, em cujo estilo e saber encontro mérito, bem como o contagiante entusiasta de cinema. Pelo que me custa ver Alguém, cujo exercício intelectual admiro e de quem gosto, capitular, em termos de raciocínio, por fidelidade a uma possível amizade. Ninguém lhe pedia que atacasse o outro. Ficasse calado, que o assunto, apesar de já abordado no «misantropo...», não tem dignidade por aí além...
At 1:23 AM, Anonymous said…
Caro Paulo, o Fsantos tem toda a razão. Debaixo daquela capa de Avôzinho Cinefilias, o Bénard é do pior que há. Instaurou uma verdadeira ditadura na Cinemateca, que tem afastado imensos colaboradores e feito estagnar a programação; é «protegido» à esquerda e à direita; já meteu vários ex-arranjinhos a trabalhar na Cinemateca, sem que para isso tenham qualificações e competência; tem uma visão antediluviana da História do Cinema e abusa das interpretações redutoras e/ou «eruditas»; e é um actor deplorável, como se pode ver pelas suas participações como «Duarte de Almeida» nos filmes do Manoel de Oliveira. Como diz, e bem de novo, o FSantos, não faz esquecer por um minuto o meu saudosíssimo amigo Luís de Pina, pessoa infinitamente mais simpática e sabedora de cinema que o seu sucessor.
At 10:51 AM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Eurico: Quanto ao Luís de Pina, todo o bem do mundo a dizer. Aliás, o Bénard dava-se bem com ele tendo sido o lugar-tenente. Não creio que as interpretações dele sejam redutoras. São sim, completamente arrastadas para as preferências individuais, sem a camuflagem normalmente usada. O que não vejo como um mal. E, quer por o universo interior em questão ser interessante, quer pelo entusiasmo que transmite,quer ainda por escrever muito bem, é dos melhores a contagiar de euforia pelo cinema. Eu gosto dele e não são colocações de amores que me farão mudar. A carne é fraca, e as regras da atracção despertam-me grande indulgência.
Mas dou-Vos inteira razão no que dizeis da vertente de Actor...
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