Da Coerência de um Voto
Não me admira um niquinho que a Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, essa suprema inutilidade, tenha rejeitado o projecto de resolução que condenava os crimes do comunismo. E fico abismado com a ingenuidade de Mota Amaral, que, antes da votação, confiara na passagem da base da votação, o relatório Lindblad, sob o pretexto de apenas lá serem condenados os crimes cometidos em nome do comunismo e não a ideologia, na sua globalidade. É evidente que, com um rebate de consciência, os deputados demo-liberais que dominam aquele forum não poderiam condenar outro ismo, lembrando-se da criminalidade quase inexcedível que esteve na base do seu actual predomínio, a começar pelo Terror da França revolucionária. Que é o destino de qualquer partido político, enlouquecido pela monomania de impor os seus valores ideológicos.
8 Comments:
At 1:22 PM, JSM said…
Caro Paulo Cunha Porto
Muito bem observado. Mota Amaral tinha a obrigação de saber que ainda vivemos no 'pós-guerra'!
Os dogmas mantêm-se, só não vê quem não quer.
Um abraço.
At 1:32 PM, Paulo Cunha Porto said…
Caro JSM:
Irrita-me solenemente que a demoliberalagem não faça a contrição devida pelas atrocidades cometidas no período de fundação. É um pouco como se os nacionais-socialistas tivessem ganho a guerra e o regime moderasse as discriminações, após a morte de Hitler, tendo à frente um qualquer Hess que não tivesse voado para a Escócia; e viesse dizer que a «Solução Final» tinha sido um "excesso lamentável, porém natural em períodos de mudança de regime"...
Ora sebo! Sempre dois pesos e duas medidas, desde que se baseie as edificações numa qualquer revolução.
Um grande abraço e mil perdões pela má disposição. Mas estes políticos que temos tiram-me "do sério"!
At 2:29 PM, Pedro Botelho said…
Para melhor informação sobre certas expressões marteladas, permita-me que lhe recomende uma rápida pesquisa por "final solution" a esta página, por exemplo.
Informação básica e indispensável aqui. Não leva muito tempo: são textos curtos.
O problema dos livros, caro Misantropo, é que os que estão proibídos não vêm sózinhos ao nosso encontro. E, por vezes, nem sequer sabemos da sua existência.
At 2:40 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu Caro Pedro: lá irei. Mas não estou aqui a tomar posições sobre esse tema. Queria apenas chamar a atenção para as edulcurações que o tempo e as vtórias fazem das práticas mais agrestes imputadas a qualquer regime.
At 3:29 PM, Pedro Botelho said…
Óptimo! Fiquei tão contente que até vou tirar o estúpido acento ao "proibídos".
At 5:51 PM, Paulo Cunha Porto said…
Hihihihi. A quem o diz. O raio das teclas parece que têm vida, para além de nós!
At 10:34 PM, Marcos Pinho de Escobar said…
Meu caro Paulo,
Novamente, o amigo tem carradas de razão. Até hoje o mito da vitória das "democracias" sobre o "totalitarismo", em 1945, serve para justificar as mais variadas mazelas. O interessante é que as tais "democracias" incluem a milhões-de-vezes assassina União Soviética do tio Zé Estaline e o "totalitarismo" é identificado --exclusivamente -- com o "fascismo".
Com "democracias" tão hipócritas e suas alianças tão espúrias, que mais podemos esperar? A II Grande Guerra representa a sacralização do comunismo, transformado então em herói e parceiro legítimo. Este é um dos cancros que vêm carcomendo moralmente a humanidade.
At 8:00 AM, Paulo Cunha Porto said…
Obrigado, Caro Amigo. Tocando o problemna das alianças espúrias, leu a carta de Mircea Eliade a Alfredo Pimenta que, na sua parte substantiva, publiquei, na semana passada?
E a Democracia também foi totalitária nos seus primeiros anos, como bem viu e provou Salmon. Mais, com a imposição de uma arcada de unanimismo politicamente correcto para lá caminha de novo.
Abraço.
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