A Todo o Gás
Ainda estamos demasiado em cima do acontecimento para determinar,
com certeza, a autoria e os objectivos do ataque com gás num grande
armazém de São Petersburgo. Mas vendo as consequências, cerca de
oitenta pessoas intoxicadas, pode-se dizer algo acerca da natureza
destas más acções, em geral. A primeira é quanto à diferença aceite
habitualmente entre terrorismo e vandalismo. Ambos os conceitos
partilham uma característica comum: a de terem um destinatário
psicológico abstracto e colectivo, por muito concreto e individualizado
que seja o alvo físico afectado. Assim, a distinção entre um e outro
deve remeter-se para a o tipo de satisfação que visa e o seu grau de
determinabilidade. Se o clima de medo e desgosto pretendido tem
por fim infundir o pavor que agite as massas e publicitar uma causa
de luta minoritária, são os seus autores considerados terroristas. Se
se tratar de mera expressão de revolta e afirmação não doutrinada,
caem sob a abrangência do conceito de vândalos.
A ocorrência de hoje parece não configurar uma ou outra das situações
descritas. Dizem os encarregados da investigação que as primeiras
suspeitas recaem sobre a acção de uma cadeia concorrente, para
prejudicar comercialmente um rival a caminho da prosperidade.
Apesar de não ser inteiramente circunscrita a esfera das vítimas, já que
nem só empregados, mas também clientes, foram atingidos, parece não
ser aplicável nenhuma das construções citadas, em função da motivação,
devendo os crimes correspondentes ser tratados como qualquer
tentativa de envenenamento por inalação de um particular a outro,
com o objectivo de obter um ganho material. A relevância pública
extra-criminal da coisa está no exemplo que pode dar e na extensão da
prática a grupos contestatários dispostos a tudo, como o do tristemente
célebre caso do gás Sarin de Tóquio. Não fará mal algum
aos meus queridos Leitores passarem a andar à Israelita, com uma
máscara anti-gás na bolsa, ou na pasta...
com certeza, a autoria e os objectivos do ataque com gás num grande
armazém de São Petersburgo. Mas vendo as consequências, cerca de
oitenta pessoas intoxicadas, pode-se dizer algo acerca da natureza
destas más acções, em geral. A primeira é quanto à diferença aceite
habitualmente entre terrorismo e vandalismo. Ambos os conceitos
partilham uma característica comum: a de terem um destinatário
psicológico abstracto e colectivo, por muito concreto e individualizado
que seja o alvo físico afectado. Assim, a distinção entre um e outro
deve remeter-se para a o tipo de satisfação que visa e o seu grau de
determinabilidade. Se o clima de medo e desgosto pretendido tem
por fim infundir o pavor que agite as massas e publicitar uma causa
de luta minoritária, são os seus autores considerados terroristas. Se
se tratar de mera expressão de revolta e afirmação não doutrinada,
caem sob a abrangência do conceito de vândalos.
A ocorrência de hoje parece não configurar uma ou outra das situações
descritas. Dizem os encarregados da investigação que as primeiras
suspeitas recaem sobre a acção de uma cadeia concorrente, para
prejudicar comercialmente um rival a caminho da prosperidade.
Apesar de não ser inteiramente circunscrita a esfera das vítimas, já que
nem só empregados, mas também clientes, foram atingidos, parece não
ser aplicável nenhuma das construções citadas, em função da motivação,
devendo os crimes correspondentes ser tratados como qualquer
tentativa de envenenamento por inalação de um particular a outro,
com o objectivo de obter um ganho material. A relevância pública
extra-criminal da coisa está no exemplo que pode dar e na extensão da
prática a grupos contestatários dispostos a tudo, como o do tristemente
célebre caso do gás Sarin de Tóquio. Não fará mal algum
aos meus queridos Leitores passarem a andar à Israelita, com uma
máscara anti-gás na bolsa, ou na pasta...
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