O Instrumento da Fraude
Como a Zazie falou dele, aqui, uns dias atrás, cá está o trono pontifício que em tempos medievos era colocado à entrada da Basílica de São João de
Latrão no dia da Investidura Papal. A mentalidade popular terá criado a lenda que dizia servir a abertura por baixo para comprovar o sexo do Eleito, na sequência do abalo provocado pelo pretenso escândalo da Papisa Joana. Na nossa contemporaneidade a imensa maioria dos investigadores reputados concorda que nunca, realmente, tal ser existiu. Não se entendem é na origem do mito. Uns atribuem-no a importação de um caso com pontos comuns que se teria desenrolado com um dignitário bizantino. Outros querem radicá-lo no folclore pagão, subterraneamente sobrevivo e emergente após séculos de Cristianismo. Alguns consideram-no uma inventona dos rivais imperiais do Papado, com manipulação histórica correspondente. As hipóteses são mais que muitas. A existência do objecto parece de longe mais simples: numa altura de escassez do mármore em Roma, por haver sido aplicado na construção de igrejas e de monumentos de outra natureza, precisando-se de um assento nesse material, foi-se buscar uma retrete, como havia outras em palácios e casas ricas. O que é um fim inglório para tanto esforço propagandístico. Mas que se adequa à porcaria que se tentou levantar.
Latrão no dia da Investidura Papal. A mentalidade popular terá criado a lenda que dizia servir a abertura por baixo para comprovar o sexo do Eleito, na sequência do abalo provocado pelo pretenso escândalo da Papisa Joana. Na nossa contemporaneidade a imensa maioria dos investigadores reputados concorda que nunca, realmente, tal ser existiu. Não se entendem é na origem do mito. Uns atribuem-no a importação de um caso com pontos comuns que se teria desenrolado com um dignitário bizantino. Outros querem radicá-lo no folclore pagão, subterraneamente sobrevivo e emergente após séculos de Cristianismo. Alguns consideram-no uma inventona dos rivais imperiais do Papado, com manipulação histórica correspondente. As hipóteses são mais que muitas. A existência do objecto parece de longe mais simples: numa altura de escassez do mármore em Roma, por haver sido aplicado na construção de igrejas e de monumentos de outra natureza, precisando-se de um assento nesse material, foi-se buscar uma retrete, como havia outras em palácios e casas ricas. O que é um fim inglório para tanto esforço propagandístico. Mas que se adequa à porcaria que se tentou levantar.
3 Comments:
At 1:18 PM, zazie said…
ahh! que maravilha!
esta é uam história muito maluca ":O))
por acaso estou convencida que há uma salva manuelina na Ajuda que tem a cadeira da papisa joana quando ela estava a dar à luz...
mas a verdade é que mesmo na lenda a cadeira é posterior e há quem diga que era um lava-pés
At 5:43 PM, Paulo Cunha Porto said…
Na Ajuda???!!!
O que me faz espécie nesta "cadeira", de mármore, que é a autêntica, conforme atesta a «ENCICLOPÉDIA CATÓLICA», é que, talvez pela perspectiva, não é visível para nós uma abertura essencial...
Beijinhos
At 11:43 PM, zazie said…
pois é, falta o dito buraquinho
As salvas são as manuelinas que fazem parte da colecção do Palácio da Ajuda. Estão estudadas e a minha ideia até vem em nota de rodapé ahahahaha
(mas posso estar enganada... posso mesmo e não ser a papisa joana que aparece numa delas...)
Por acaso acabo de ver uma outra salva de colecção particular que é igual a uma delas e confirmei uma outra supeita de um ditado popular que também achava que por lá andava...
mas isto de decifrar iconografias é o fim da picada.
beijocas
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