Tempo Para Falar, Tempo Para Calar

Não quereria ficar demasiado refém de uma ordem do dia
que me repugna, a da presidencilomania, mas não posso
deixar de fazer um reparo à indignação que Inês Pedrosa,
porta-voz da candidatura de Manuel Alegre, vomitou para
os microfones que encontrou, acerca da alegada exclusão
do seu candidato de um encontro com um dirigente moçambicano,
onde teriam estado presentes dois rivais. Este tipo de
atitude, para além de traduzir o único provincianismo
censurável, o de querer aparecer na cena internacional, vem
prejudicar a tão reiterada falsidade de que o mais importante
na escolha do chefe de estado são os eleitores portugueses.
Em vez de considerar os compromissos internacionais como
uma consequência secundária de um exercício do cargo para
que eventualmente se venha a ser eleito, privilegia-se os
contactos com estadistas estrangeiros, como meio de influenciar
o eleitorado.
Saloiadas republicanas!