Leitura Matinal -184
Nada de recomendações, diante do sofrimento!
Muita da incompreensão no Mundo nasce da atitude perante
a Dor. A dor alheia, sobretudo. Quando um duradouro ideal
de reserva que abranja as dores próprias passa a prescrição
de impassibilidade aos outros, surge a hostilidade que
despertam os insensíveis. E, no polo contrário, recomendar
a expansão do que se sente, perante os ferros da vida, será
esguer o choro a posição incompatível com a urbanidade.
Pelo que é de rejeitar o estoico que se dá como exemplo,
ou regurgita sentenças sobre a reacção perfeita aos males.
Como é de pôr de lado o vício oposto, que facilita,
branqueando o queixume, em nome da naturalidade e, malgré
lui, da fraqueza, como foi fazendo Francisco Álvares da
Nobrega:
Quem me diz que entre os ferros da violência,
A cujo peso o meu valor quebranto,
Pode a dor sufocar, conter o pranto,
O que conserva ilesa a consciência;
Ou dos trabalhos tem pouca experiência,
Ou finge esforço inexpugnável, santo;
O delinquente em ferros geme tanto,
Como o herói na cândida inocêmcia.
Quando com desusado sofrimento
A´aguçada lanceta o pulso of´rece,
Insensível à dor, mudo ao tormento:
Pedra, não homem, Séneca parece;
Os ais efeito são do sentimento,
O pranto é natural a quem padece.
Muita da incompreensão no Mundo nasce da atitude perante
a Dor. A dor alheia, sobretudo. Quando um duradouro ideal
de reserva que abranja as dores próprias passa a prescrição
de impassibilidade aos outros, surge a hostilidade que
despertam os insensíveis. E, no polo contrário, recomendar
a expansão do que se sente, perante os ferros da vida, será
esguer o choro a posição incompatível com a urbanidade.
Pelo que é de rejeitar o estoico que se dá como exemplo,
ou regurgita sentenças sobre a reacção perfeita aos males.
Como é de pôr de lado o vício oposto, que facilita,
branqueando o queixume, em nome da naturalidade e, malgré
lui, da fraqueza, como foi fazendo Francisco Álvares da
Nobrega:
Quem me diz que entre os ferros da violência,
A cujo peso o meu valor quebranto,
Pode a dor sufocar, conter o pranto,
O que conserva ilesa a consciência;
Ou dos trabalhos tem pouca experiência,
Ou finge esforço inexpugnável, santo;
O delinquente em ferros geme tanto,
Como o herói na cândida inocêmcia.
Quando com desusado sofrimento
A´aguçada lanceta o pulso of´rece,
Insensível à dor, mudo ao tormento:
Pedra, não homem, Séneca parece;
Os ais efeito são do sentimento,
O pranto é natural a quem padece.
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