Cada Macaco em Seu Galho
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As declarações de Jerónimo de Sousa, segundo as quais não precisaríamos de um candidato, presumivelmente o Prof. Cavaco, que se comportasse «como o macaco sábio qie não vê, não ouve e não fala» parecem-me manifestamente excessivas. Não pela comparação do ex-Primeiro a um primata tido por irracional, que esse tipo de linguagem, na partidocracia que vamos tendo, é coisa mais que costumeira. Parece-me é que vai endereçando acusações que ainda ninguém se tinha lembrado de fazer ao Homem. Até agora só lhe tinham censurado a ausência de fala; e parece não haver material para mais.
Senão, vejamos: o político de Boliqueime comprovou o perfeito estado da sua audição, quando reagiu aos piropos que o seu ex-ministro Cadilhe lhe dirigiu. Por aí estamos descansados. E ao não comentar as fatuidades de um outro candidato que bem o tenta espicaçar, demonstra, sem margem dúvidas, que vê bem demais, ao ponto de avaliar correctamente o que mais lhe convém.
Como explicar, então, esta invocação simiesca como ilustração da realidade pré-eleitoral? Um analista qualquer poderia dizer que estaríamos perante uma macaqueação da qualidade gorilesca por dois saguins. Em sentido figurado, entenda-se. Um, semelhante ao de Watteau, que esculpe uma realidade, quem sabe se a tão mal-afamada República, como bem lhe dá na veneta. O outro, de Landseer, que já tendo corrido o mundo inteiro, quer transportar para a sua Comunidade as manhas e os vícios que terá aprendido lá por fora.
Esta degradação da já de si bem verminada política portuguesa é que é, verdadeiramente, o fim da macacada!
As obras reproduzidas são «O Macaco Escultor» e «O Macaco que Viu o Mundo».
As declarações de Jerónimo de Sousa, segundo as quais não precisaríamos de um candidato, presumivelmente o Prof. Cavaco, que se comportasse «como o macaco sábio qie não vê, não ouve e não fala» parecem-me manifestamente excessivas. Não pela comparação do ex-Primeiro a um primata tido por irracional, que esse tipo de linguagem, na partidocracia que vamos tendo, é coisa mais que costumeira. Parece-me é que vai endereçando acusações que ainda ninguém se tinha lembrado de fazer ao Homem. Até agora só lhe tinham censurado a ausência de fala; e parece não haver material para mais.
Senão, vejamos: o político de Boliqueime comprovou o perfeito estado da sua audição, quando reagiu aos piropos que o seu ex-ministro Cadilhe lhe dirigiu. Por aí estamos descansados. E ao não comentar as fatuidades de um outro candidato que bem o tenta espicaçar, demonstra, sem margem dúvidas, que vê bem demais, ao ponto de avaliar correctamente o que mais lhe convém.
Como explicar, então, esta invocação simiesca como ilustração da realidade pré-eleitoral? Um analista qualquer poderia dizer que estaríamos perante uma macaqueação da qualidade gorilesca por dois saguins. Em sentido figurado, entenda-se. Um, semelhante ao de Watteau, que esculpe uma realidade, quem sabe se a tão mal-afamada República, como bem lhe dá na veneta. O outro, de Landseer, que já tendo corrido o mundo inteiro, quer transportar para a sua Comunidade as manhas e os vícios que terá aprendido lá por fora.
Esta degradação da já de si bem verminada política portuguesa é que é, verdadeiramente, o fim da macacada!
As obras reproduzidas são «O Macaco Escultor» e «O Macaco que Viu o Mundo».
5 Comments:
At 8:25 PM, Anonymous said…
Ainda me lembro do Professor Aníbal a subir a um coqueiro. Eu não consigo. E a saltar por cima de várias filas de cadeiras.
Isto é ou não fruto de macaquice?
At 8:33 PM, Paulo Cunha Porto said…
Meu caro Luís:
em nenhum lugar no texto se isenta o dito político da macaqueira condição. Pelo, contrário, até é assimilado ao maior dos membros dessa classe de animais - o gorila -, figuradamente, claro.
Apenas se contesta que ele seja o que não vê e não ouve. Sobre não falar já se sabe o que a casa gasta.
At 9:54 PM, Rodrigo N.P. said…
hehe, muito bom texto Paulo, mas diga-me lá, por gentileza, onde posso encontrar a resposta do Cavaco às afirmações de Cadilhe
At 2:27 AM, Anonymous said…
Sendo então gorila e "emergindo" da bruma (como um D.Sebastião)pode ser um excelente objecto de estudo para os discípulos de Diane Fossey.
At 7:05 AM, Paulo Cunha Porto said…
Pois, Caro Rebatet, não terá sido uma resposta especificada aos quesitos, mas aquela reacção ao apodo eucaliptal, com o sublinhar da demissão do seu antigo colaborador que «por alguma razão foi» denota atenção, ouvidos em bom estado e "killer instinct". Quem queira esmiuçar mais poderá ligar um abusozito dos meios públicos em operações num célebre andar das Amoreiras a outra deficiência ética, a falta de urbanidade.
Para a imensa maioria ficou uma impressiva nota de autoridade ao meter na ordem um fedelho mal-comportado.
Seja como for,do ponto de vista do Homem, foi uma resposta que serviu às mil maravilhas os seus interesses.
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