As Ligações Perigosas
Na cimeira entre europeus e mediterrânicos do Sul que
pretende dar sequência ao Espírito de Barcelona há
coisas boas e coisas más. Não me refiro às ausências
de responsáveis governamentais do segundo grupo de países,
embora os que me superam em pessimismo possam achar
que são faltas que configuram uma certa hesitação em
condenar, aberta e formalmente, o terrorismo. Falo, sim
da tentação - que já sobressai - de ligar o desenvolvimento
económico à erradicação dos fanatismos religiosos que
estão na base da acção dos terroristas islâmicos. É
cair na visão norte-americana do Mundo, segundo a qual
os dollars pacificam; e não reconhecer a autonomia de
uma motivação religiosa e cultural. O Irão, único País
onde subsiste im governo fundamentalista revolucionário
era das raras nações muçulmanas que se podiam gabar de
possuir uma classe média expressiva com conforto e educação
comparáveis às do Ocidente. Deu no que deu. Acho muito bem
que se contribua para desenvolver os países da margem
Sul deste grande lago, mas no seu específico âmbito, de
intensificar as relações económicas, mormente as comerciais,
com eles. Não, como parece extrair-se dos comunicados oficiais,
para lhes comprar a a paz. Até porque poderia resultar o
perverso raciocínio: «vamos pôr-lhes umas bombitas nas
capitais, que eles mandam uma chuva de euros a seguir».
Passando da compra e venda para a troca, espero que não
suceda outra coisa que temo: que, ao abordar de uma vez o
problema da imigração e o do terrorismo, se não caia na
esparrela de, mesmo veladamente, se permutar a "boa vontade"
dos governos árabes em matéria securitária pela concessão de
facilidades em sede de imigração.
Quero, com certeza, continuar o diálogo com os Países Árabes
mais próximos de nós. Acredito no que me dizem, quanto às
visões teológicas mahgrebinas, marroquinas, principalmente,
de um Islão aberto e pacífico. Desejo a feliz convivência
com os membros frequentáveis dessa Grande Religião. Mas
não se deve esquecer que a Argélia está aqui ao pé e viveu
não há muito uma ofensiva islamista radical.
Manter os olhos abertos é a melhor maneira de conseguir que,
não já de uma perspectiva imperial, o Mediterrâneo volte
a ser um Mare Nostrum. De todos.
pretende dar sequência ao Espírito de Barcelona há
coisas boas e coisas más. Não me refiro às ausências
de responsáveis governamentais do segundo grupo de países,
embora os que me superam em pessimismo possam achar
que são faltas que configuram uma certa hesitação em
condenar, aberta e formalmente, o terrorismo. Falo, sim
da tentação - que já sobressai - de ligar o desenvolvimento
económico à erradicação dos fanatismos religiosos que
estão na base da acção dos terroristas islâmicos. É
cair na visão norte-americana do Mundo, segundo a qual
os dollars pacificam; e não reconhecer a autonomia de
uma motivação religiosa e cultural. O Irão, único País
onde subsiste im governo fundamentalista revolucionário
era das raras nações muçulmanas que se podiam gabar de
possuir uma classe média expressiva com conforto e educação
comparáveis às do Ocidente. Deu no que deu. Acho muito bem
que se contribua para desenvolver os países da margem
Sul deste grande lago, mas no seu específico âmbito, de
intensificar as relações económicas, mormente as comerciais,
com eles. Não, como parece extrair-se dos comunicados oficiais,
para lhes comprar a a paz. Até porque poderia resultar o
perverso raciocínio: «vamos pôr-lhes umas bombitas nas
capitais, que eles mandam uma chuva de euros a seguir».
Passando da compra e venda para a troca, espero que não
suceda outra coisa que temo: que, ao abordar de uma vez o
problema da imigração e o do terrorismo, se não caia na
esparrela de, mesmo veladamente, se permutar a "boa vontade"
dos governos árabes em matéria securitária pela concessão de
facilidades em sede de imigração.
Quero, com certeza, continuar o diálogo com os Países Árabes
mais próximos de nós. Acredito no que me dizem, quanto às
visões teológicas mahgrebinas, marroquinas, principalmente,
de um Islão aberto e pacífico. Desejo a feliz convivência
com os membros frequentáveis dessa Grande Religião. Mas
não se deve esquecer que a Argélia está aqui ao pé e viveu
não há muito uma ofensiva islamista radical.
Manter os olhos abertos é a melhor maneira de conseguir que,
não já de uma perspectiva imperial, o Mediterrâneo volte
a ser um Mare Nostrum. De todos.
1 Comments:
At 1:58 PM, Anonymous said…
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