Leitura Matinal -121
Por que carga de água quererá um domínio especulativo
com o potencial atractivo da psicologia arrogar-se do
estatuto de ciência? A mente humana é demasiado grande,
porque contraditória e livre da mecânica de relojoaria,
para ser objecto de um estudo sistemático de orgãos,
causas e efeitos que prescinda do elemento criativo
que é monopólio das artes e da literatura. Por isso,
uma boa explicação psicológica, que não psiquiátrica,
repare-se, será sempre subsumível à espécie do ensaio
literário. O que está longe de ser mau. Valor terapeutico
de uma descoberta sua remeterá ou para a zona do alívio
que o paciente sente em exteriorizar as suas preocupaçoes,
ou na sedução que exerça sobre ele uma explicação ambicionada
para hábitos ou sofrimentos.
Mas só reconhecendo o único de cada indivíduo que é esse tão
fugidio e, opressivo paradoxo, tão omnipresnte elemento que
se chama Alma, poderá uma interpretação da sua psique ganhar
asas que a levem para mais próximo da decifraçao do mistério
humano e, por declinação de si, à delimitação do seu alcance,
subsidiário do imaterial e do lúdico.
Caminhemos com Fernando Echevarria e o seu olhar sobre a
PSICOLOGIA
Quem facilmente fala
da alma como ciência
ignora que haver alma
é um lugar de ausência
onde conflua amá-la
e a sua transparência.
Ou, se se ensombra e erra
a transparência, basta
que vibre um nu de terra
pela matriz da fala
para que haver a guerra
se ilustre em haver alma.
E então ciência é jogo
de ausência em que tremula
o timbre de haver fogo
vertical, que se azula
e se ensombrece. E logo,
relampagueia nula.
com o potencial atractivo da psicologia arrogar-se do
estatuto de ciência? A mente humana é demasiado grande,
porque contraditória e livre da mecânica de relojoaria,
para ser objecto de um estudo sistemático de orgãos,
causas e efeitos que prescinda do elemento criativo
que é monopólio das artes e da literatura. Por isso,
uma boa explicação psicológica, que não psiquiátrica,
repare-se, será sempre subsumível à espécie do ensaio
literário. O que está longe de ser mau. Valor terapeutico
de uma descoberta sua remeterá ou para a zona do alívio
que o paciente sente em exteriorizar as suas preocupaçoes,
ou na sedução que exerça sobre ele uma explicação ambicionada
para hábitos ou sofrimentos.
Mas só reconhecendo o único de cada indivíduo que é esse tão
fugidio e, opressivo paradoxo, tão omnipresnte elemento que
se chama Alma, poderá uma interpretação da sua psique ganhar
asas que a levem para mais próximo da decifraçao do mistério
humano e, por declinação de si, à delimitação do seu alcance,
subsidiário do imaterial e do lúdico.
Caminhemos com Fernando Echevarria e o seu olhar sobre a
PSICOLOGIA
Quem facilmente fala
da alma como ciência
ignora que haver alma
é um lugar de ausência
onde conflua amá-la
e a sua transparência.
Ou, se se ensombra e erra
a transparência, basta
que vibre um nu de terra
pela matriz da fala
para que haver a guerra
se ilustre em haver alma.
E então ciência é jogo
de ausência em que tremula
o timbre de haver fogo
vertical, que se azula
e se ensombrece. E logo,
relampagueia nula.
2 Comments:
At 3:57 PM, Anonymous said…
Gostei. Muito bem escrito aquilo que sinto sobre o assunto.
JSM (Interregno)
At 4:16 PM, Anonymous said…
lindo
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