O Conceito de Último
O Presidente Bush declarou que os E.U.A.
utilizarão a força contra a capacidade
nuclear iraniana em «último recurso». É
mais do que certo que os seus admiradores
irão sublinhar o «último» e os detractores
acentuarão o «recurso». O Mundo é assim mesmo,
não há como modificá-lo.
A abordagem que me parece interessante é tentar
conectar a intervenção no Iraque com a ameaça
proveniente da Pérsia. Muito se escreveu sobre
a hipótese de a verdadeira razão estratégica do
derrube bélico de Sadam ter sido a protecção dos poços
de petróleo da Arábia Saudita. Sempre torci o nariz
a esta banal explicação. Mesmo que o "Amigo Americano"
tivesse virado escuteiro e quisesse proteger o resto
do Ocidente de uma ruptura de fornecimentos de crude,
a motivação não condiria com a paralela ofensiva
diplomática e jornalística que Washington fomentou
contra a Casa Real Saudita.
Mas já haveria lógica se, atormentada pela possibilidade
de o Irão aceder à bomba e a usar ou fornecer a grupos
terroristas, a Casa Branca tivesse pretendido colocar
tropas ali ao pé. Não haveria que se fiar na ancestral
beligerância entre persas e árabes, já que o cerne do
fundamentalismo islâmico é justamente diluir essas duras
lutas no passado, promovento a unidade do Islão. E a
conjuntura internacional teria forçado essa movimentação,
com a chegada ao poder na Turquia de islamitas, embora
moderados, que se mostrassem renitentes em deixar usar
o seu País como base.
Assim sendo, paradoxalmente, a existência de «armas de
destruição maciça» acabaria por ser uma vera desculpa
para a guerra. A mentira residiria na identificação do
local problemático. E, estando já encarrilado, o recurso
revelar-se-ia como primeiro.
utilizarão a força contra a capacidade
nuclear iraniana em «último recurso». É
mais do que certo que os seus admiradores
irão sublinhar o «último» e os detractores
acentuarão o «recurso». O Mundo é assim mesmo,
não há como modificá-lo.
A abordagem que me parece interessante é tentar
conectar a intervenção no Iraque com a ameaça
proveniente da Pérsia. Muito se escreveu sobre
a hipótese de a verdadeira razão estratégica do
derrube bélico de Sadam ter sido a protecção dos poços
de petróleo da Arábia Saudita. Sempre torci o nariz
a esta banal explicação. Mesmo que o "Amigo Americano"
tivesse virado escuteiro e quisesse proteger o resto
do Ocidente de uma ruptura de fornecimentos de crude,
a motivação não condiria com a paralela ofensiva
diplomática e jornalística que Washington fomentou
contra a Casa Real Saudita.
Mas já haveria lógica se, atormentada pela possibilidade
de o Irão aceder à bomba e a usar ou fornecer a grupos
terroristas, a Casa Branca tivesse pretendido colocar
tropas ali ao pé. Não haveria que se fiar na ancestral
beligerância entre persas e árabes, já que o cerne do
fundamentalismo islâmico é justamente diluir essas duras
lutas no passado, promovento a unidade do Islão. E a
conjuntura internacional teria forçado essa movimentação,
com a chegada ao poder na Turquia de islamitas, embora
moderados, que se mostrassem renitentes em deixar usar
o seu País como base.
Assim sendo, paradoxalmente, a existência de «armas de
destruição maciça» acabaria por ser uma vera desculpa
para a guerra. A mentira residiria na identificação do
local problemático. E, estando já encarrilado, o recurso
revelar-se-ia como primeiro.
0 Comments:
Post a Comment
<< Home