Leitura Matinal -95
Que coisa ambígua é o Homem! Labuta, Criação,
Acaso, inclusivé, dão-lhe tanto, os sonhos,
quais amibas sempre em expansão, fazem-no tão
pouco. Perpétua insatisfação de tudo querer,
teria sido essa a verdadeira maldição contida
no Castigo Divino que justiçou a Queda, motivada
já por si no desejo de mais que enquadrou a fatal
desobediência?
Condição tantalesca e risível a nossa, não fora
nossa ser, portadora da infelicidade constante de
aspirarmos ao inalcançável, sempre desmentida por
limites que julgamos indignos de nós, nunca nos
lembrando que podemos é ser indignos do que, por
justiça, dadas as origens, mas, igualmente a conduta
de cada dia, nos terá sido negado.
De António Manuel Couto Viana,
MERCÊ
A todos chamarás amigo, irmão,
Menos a quem estenderes a tua mão.
Terás o mundo todo: terra e mar,
Menos a parte onde quiseres ficar.
Os frutos poderás colher, comer,
Menos aquele que te apetecer.
E haverá sonhos p´ra sonhar, fugir;
Porém ninguém te deixará dormir.
Não terás nem divisas nem bandeiras,
Mas hão-de rodear-te de fronteiras.
Acaso, inclusivé, dão-lhe tanto, os sonhos,
quais amibas sempre em expansão, fazem-no tão
pouco. Perpétua insatisfação de tudo querer,
teria sido essa a verdadeira maldição contida
no Castigo Divino que justiçou a Queda, motivada
já por si no desejo de mais que enquadrou a fatal
desobediência?
Condição tantalesca e risível a nossa, não fora
nossa ser, portadora da infelicidade constante de
aspirarmos ao inalcançável, sempre desmentida por
limites que julgamos indignos de nós, nunca nos
lembrando que podemos é ser indignos do que, por
justiça, dadas as origens, mas, igualmente a conduta
de cada dia, nos terá sido negado.
De António Manuel Couto Viana,
MERCÊ
A todos chamarás amigo, irmão,
Menos a quem estenderes a tua mão.
Terás o mundo todo: terra e mar,
Menos a parte onde quiseres ficar.
Os frutos poderás colher, comer,
Menos aquele que te apetecer.
E haverá sonhos p´ra sonhar, fugir;
Porém ninguém te deixará dormir.
Não terás nem divisas nem bandeiras,
Mas hão-de rodear-te de fronteiras.
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