Leitura Matinal -76
Condenados estamos pela vida stressante destas
colmeias poluídas e artificiais a procurar na
noite a agitação que nos compense das horas
diurnas de obrigatoriedade estabilizada, com o
fito de engrossar um númerozito, ao fim do mês.
Esquecemos assim que a Noite, como a máscara, a
fantasia, a inspiração criativa, pode exercer, pela
sua simples presença na atmosfera envolvente, os
efeitos de reinvenção de nós e de transformação
ambiental que procuramos, desesperadamente, no bulício.
É um meio prestigioso de apaziguamento sem fuga, que
não se paga e traz a aura do mistério a uma humanidade
que a procura, desesperadamente em coisas inferiores.
Não, não vou publicar o grande Novalis,
mas um poema de Joaquín Romero y Murube:
Jardín Nocturno
Cuidad, que no se rompan los cristales
de este maravilloso encantamiento!
Es el jardin nocturno. Siderales
lindes de ramas crecen en el viento.
Vago rumor en el verdor sombrío
la eternidad acuerda con lo breve:
el amplio soplo del voraz estío
se torna en el jazmín primor y nieve.
Por el aire, las bodas de las flores
hacen crujir las horas maduradas,
y en una unduosa densidad de olores
se denuncian las ramas extasiadas.
Es el jardin de noche. Misteriosas
corrientes de humedad suben al cielo
creando entre luceros y entre rosas
el misterio nocturno, como un velo.
colmeias poluídas e artificiais a procurar na
noite a agitação que nos compense das horas
diurnas de obrigatoriedade estabilizada, com o
fito de engrossar um númerozito, ao fim do mês.
Esquecemos assim que a Noite, como a máscara, a
fantasia, a inspiração criativa, pode exercer, pela
sua simples presença na atmosfera envolvente, os
efeitos de reinvenção de nós e de transformação
ambiental que procuramos, desesperadamente, no bulício.
É um meio prestigioso de apaziguamento sem fuga, que
não se paga e traz a aura do mistério a uma humanidade
que a procura, desesperadamente em coisas inferiores.
Não, não vou publicar o grande Novalis,
mas um poema de Joaquín Romero y Murube:
Jardín Nocturno
Cuidad, que no se rompan los cristales
de este maravilloso encantamiento!
Es el jardin nocturno. Siderales
lindes de ramas crecen en el viento.
Vago rumor en el verdor sombrío
la eternidad acuerda con lo breve:
el amplio soplo del voraz estío
se torna en el jazmín primor y nieve.
Por el aire, las bodas de las flores
hacen crujir las horas maduradas,
y en una unduosa densidad de olores
se denuncian las ramas extasiadas.
Es el jardin de noche. Misteriosas
corrientes de humedad suben al cielo
creando entre luceros y entre rosas
el misterio nocturno, como un velo.
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