Efeito "Bola de Neve"?

Depois das bombas de Londres, há 15 dias,
tivemos hoje as bombinhas. Mas não se preparerm
para citar, apressadamente o velho Marx, com a
ideia de a história se repetir, sendo a versão
inicial como tragédia e a reprise como comédia.
Estes incompetentes atentados, se irrelevantes quanto
a resultados de sangue derramado, fazem ainda parte
do trágico, na medida em que parecem corresponder ao
grande sonho dos chefes da Al-Qaeda: Através de um
exemplo de competência destruidora e de sacrifício,
estimular a juventude que rejeita o padrão de vida
ocidental à revolta por meios violentos, miméticos, ainda
que manifestamente amadorísticos. Aspira-se a generalizar
o pavor, como meio de obter a rendição do adversário.
Por isso, do ponto de vista psicológico, mais do que do
simbólico convém neutralizar Bin-Laden o mais depressa
possível. Neste campo do sinistro jogo mental, para nós,
ocidentais, um mártir morto será sempre menos perigoso
do que um herói vivo.