Querida Injustiça!
Certa vez, sentenciou o grande Henry de Montherlant: «Prefiro a
justiça ao amor». Sempre admirei esta divisa terrível, mas nunca
consegui fazê-la minha, porque nunca tive uma opinião tão elevada
acerca da minha própria pessoa; absolutamente capacitado das minhas
imensas limitações, reverenciando muito a frase, noutros, achei sempre
aliciante usufruir da mais benévola das injustiças. O misantropo é
assim; detestando naturalmente a humanidade como um todo, acha-se,
frequentemente, na disposição de abrir excepções. E de excepção em
excepção se cria uma nova regra. Acreditem-me, o amor, enquanto dura,
a du bon.
justiça ao amor». Sempre admirei esta divisa terrível, mas nunca
consegui fazê-la minha, porque nunca tive uma opinião tão elevada
acerca da minha própria pessoa; absolutamente capacitado das minhas
imensas limitações, reverenciando muito a frase, noutros, achei sempre
aliciante usufruir da mais benévola das injustiças. O misantropo é
assim; detestando naturalmente a humanidade como um todo, acha-se,
frequentemente, na disposição de abrir excepções. E de excepção em
excepção se cria uma nova regra. Acreditem-me, o amor, enquanto dura,
a du bon.
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