Os Infortúnios da Explicitação
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Para todos Aqueles que compartilham comigo a fascinação pelo tom que se desprendia da fabulosa série «BRIDESHEAD REVISITED», fica comunicado que encontrei ontem este livrinho, que termina com um episódio inédito sobre a formação do protagonista. Infelizmente não se topa com o mesmo encanto. Soa demasiado a explicação do romance, com a renúncia do pai de Charles Ryder a rezar como antecedente do agnosticismo confessado na obra maior e as relações pessoais num colégio inglês inquinadas pela hierarquização estigmatizante, previsões exploratórias de uma contenção que assegurasse a capacidade de comando sem predisposição para tal. E terminadas pelo expectável castigo corporal que, mais do que a coisa, faz o mito.
Muita da adesão irresistível da atmosfera do seriado vinha da margem que deixava para adivinhar a origem dos comportamentos. Com esta pista escusada pouco ganha.
4 Comments:
At 12:46 PM, Anonymous said…
Caro Paulo,
Qdo vi o teu "post" fiquei felicíssima! Brideshead!!! A série que revi deliciada, uma vez mais, este Verão. E então? Achas que dispense o livrinho de comparecer na opinião encantada que tenho daquelas personagens?
bjs,
MI
At 7:25 PM, Paulo Cunha Porto said…
Querida Margarida:
Também sou fã incondicional da série que considero a melhor do mundo e de sempre, no que creio estar acompanhado pelo Amigo Je Maintiendrai.
Este livrinho, sem dúvida, não faz falta. É indício demasiado falho de subtileza sobre a formação do carácter de Charles que, com o respectivo pai, creio ser o único a aparecer aqui.
Beijinhos.
At 3:25 PM, Anonymous said…
Um súbito entusiasmo logo seguido de desapontamento. Estou a ver, provalmente este livrinho terá aquele efeito de "explicação" de uma anedota... Pena, a série vista pela primreira vez no final da minha adolescência, constituiu uma imensa revelação afectiva e estética. Já o romance me deixou algo insatisfeita, por não ser tão subtil, (ou tão ambíguo...) nas suas propostas.
Um abraço.
Maria das Mercês
At 7:31 PM, Paulo Cunha Porto said…
Querida Maria das Mercês:
Concordo inteiramente, é um dos raros casos em que o filmado surge melhor do que o escrito. Não sei em que língua terá lido, mas a tradução portuguesa não ficou muito feliz, ainda por cima, apesar dos créditos de Quem a fez.
Beijinho.
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