Degradação

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Um Impressionista menos conhecido do que colegas seus de escola, Gustave Caillebotte, porém estimável pelas pinturas de chuvosas ruas de Paris e pela atenção que deu, muito precocemente, à fotografia, conheceu este Mundo num 19 de Agosto. Altura de lamentar a sbversão despromocional da sua arte a objecto do quotidiano, com a reprodução de obras suas em guarda-chuvas. Fizeram, evidentemente, tábua rasa da conhecida oposição entre o Belo, também na sua manifestação artística, e o Útil, o que é mais do que suficiente para registar aqui o meu queixume.

Mas, igualmente sob o ponto de vista psicológico, esta triste ideia não encontra explicação. Agredidos pela água que desaba, os donos do utensílio em questão quereriam, certamente, elevar o ânimo com vistas de um Sol resplandecente. Dão-lhes mais do mesmo. Ou é erro crasso, ou visa consolá-los com o mal alheio, o que não é mais do que a consagração do mecanismo psíquico que está por detrás da inveja e não quer ver os outros em posição melhor do que a sua. De toda a maneira, para lamentar.