O Misantropo Enjaulado

O optimismo é uma preguiça do espírito. E. Herriot

Tuesday, November 01, 2005

Leitura Matinal -166

Convivemos mal com a doença. Com a nossa, por vezes,
mas muito mais frequentemente com a alheia. Porque, a
par da natural e estimável pena de vermos o sofrimento
dos outros, muita da nossa mortificação radica no medo de
também virmos a sofrer daquela maneira, ou, pior ainda,
de um desconforto com a perturbação do contentamento
com o nosso estado actual, não vendo, pobres cegos, que
esta abundância de autosatisfação era, justamente, conivente
com toda a que foi excluída da Bem-Aventurança pela
Mensagem Evangélica que felicitava os «Pobres em Espírito»,
Aqueles que continuavam a procurar, e não os tontinhos,
como julgam as mentalidades rudimentares.
Como somos impermeáveis às pequenas atenções que
consideramos devidas, enquanto que a permanência da
falta de saúde pode estimular a valorização delas. Como,
repletos dos receios de sofrer, nos procuramos tranquilizar
perguntando aos pacientes se estão melhor. Como, enfim,
somos tentados a cair, tanta vez, na exteriorização da pena,
em vez de da profunda comunhão do sofrimento retirarmos
o que, sem estarem cativos dos estimulantes que, no fundo,
são os prazeres mais evidentes, alguns dos mais extraordinários
sofredores conseguem , por entre os padecimentos que os afligem:
uma Alegria que nos está vedada.

Do grande George Herbert:

A PARADOX

THAT THE SICK ARE IN A BETTER CASE THAN THE WHOLE

You who admire youeselves because
You neither groan nor weep,
And think it contrary to Nature laws
To want one ounce of sleep;
Your strong belief
Acquits yourselves, and gives the sick all grief.

Your state to ours is contrary
That makes you think us poor;
So blackmoors think us foul and we
Are quit them and more:
Nothing can see
And judge of things but mediocrity.

The sick are in themselves a state
Which health hath nought to do;
How you that our tears poceed from woe,
And not from better fate?
Since that mirth hath
Her waters also and desired bath.

How know you that the sighs we send
From want of breeth proceed,
Not from excess? and therefore we do spend
That which we do not need:
So trembling may
As well show inward warbling as decay.

Cease then to judge calamities
By outward form and show,
But view yourselves, and inward turn your eyes,
Then you shall fully know
That your state
Is, of the two the far more desperate.

You allways fear to feel those smarts
Which we but sometimes prove;
Each little comfort much affects our hearts,
None but gross joys you move;
Why, then confess
Your fears in number more, your joys are less.

Then, for yourselves not us to embrace
Plaints to bad fortune due;
For thought you visit us, and plain our case,
We doubt much whether you
Come to our bed
To comfort us or to be comforted.

1 Comments:

  • At 11:38 AM, Anonymous Anonymous said…

    Doente?
    responde, p.f.
    I

     

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