Trevo de Quatro Folhas
Vasco Pulido Valente desmonta muito bem, hoje, no «Público»,
a lengalenga do candidato do Eng.º Sócrates a que os incautos
insistem em chamar discurso. Mas termina por atribuir a um
pretenso zeitgeist o infortúnio que se sonda e pressente na
actual reedição do disco.
Não há espírito do tempo novo. O que há é o demérito de
sempre, despido dos acidentes que o foram catapultando.
Em 1974-1976 havia comunistas perigosos, que levaram
os americanos e a classe média a concorrer no apoio ao
primeiro que se apresentasse, num partido, contra eles.
Hoje persistem dúvidas sobre se ainda sobrevivem
comunistas, mas inexistem totalmente quanto à ausência
de periculosidade.
Para opor ao caos intriguista que minou a vaga governação
do Dr. Balsemão, foram outra vez chamar o homem, porque
as outras facções constitucionalmente arqueadas estavam
no governo que se queria escorraçar. Deu no que deu, com
fome e sem pagamento de salários por tudo o que era canto
do País.
Pensava-se que o gume nu do sufrágio ia finalmente fingir
ter alguma qualidade quando, da Marinha Grande, surge
um tabefe reabilitante provindo de um "revolucionário
indignado" que no seu alvo, provavelmente, terá votado na
volta final, a segunda.
Tenhamos pois presente, como queria Cocteau, que «acredito
na sorte como a única maneira de justificar o sucesso das pessoas
de que não gosto»; o que nos faz concluir que o sujeito nasceu
com o dito voltado para a Lua. Mas até a cega deusa do acaso
se haveria de enjoar de tão imerecedor protegido; o que liberta
a Esquerda que nunca gostou dele e das fidelidades que foi
promovendo, nos dois aplicáveis sentidos da expressão, bem
como o Centro, que para ele se virou, sempre que não encontrou
outra parede a que se encostasse.
Eis como fica comprovado que o «espírito deste tempo» não é
mais, afinal, do que a ausência de corpos estranhos. E, sem eles,
surge um farrapo do que foi, mais rejeitado ainda do que o
porteiro desprovido de uniforme de «O Último dos Homens».
Já era tempo.
a lengalenga do candidato do Eng.º Sócrates a que os incautos
insistem em chamar discurso. Mas termina por atribuir a um
pretenso zeitgeist o infortúnio que se sonda e pressente na
actual reedição do disco.
Não há espírito do tempo novo. O que há é o demérito de
sempre, despido dos acidentes que o foram catapultando.
Em 1974-1976 havia comunistas perigosos, que levaram
os americanos e a classe média a concorrer no apoio ao
primeiro que se apresentasse, num partido, contra eles.
Hoje persistem dúvidas sobre se ainda sobrevivem
comunistas, mas inexistem totalmente quanto à ausência
de periculosidade.
Para opor ao caos intriguista que minou a vaga governação
do Dr. Balsemão, foram outra vez chamar o homem, porque
as outras facções constitucionalmente arqueadas estavam
no governo que se queria escorraçar. Deu no que deu, com
fome e sem pagamento de salários por tudo o que era canto
do País.
Pensava-se que o gume nu do sufrágio ia finalmente fingir
ter alguma qualidade quando, da Marinha Grande, surge
um tabefe reabilitante provindo de um "revolucionário
indignado" que no seu alvo, provavelmente, terá votado na
volta final, a segunda.
Tenhamos pois presente, como queria Cocteau, que «acredito
na sorte como a única maneira de justificar o sucesso das pessoas
de que não gosto»; o que nos faz concluir que o sujeito nasceu
com o dito voltado para a Lua. Mas até a cega deusa do acaso
se haveria de enjoar de tão imerecedor protegido; o que liberta
a Esquerda que nunca gostou dele e das fidelidades que foi
promovendo, nos dois aplicáveis sentidos da expressão, bem
como o Centro, que para ele se virou, sempre que não encontrou
outra parede a que se encostasse.
Eis como fica comprovado que o «espírito deste tempo» não é
mais, afinal, do que a ausência de corpos estranhos. E, sem eles,
surge um farrapo do que foi, mais rejeitado ainda do que o
porteiro desprovido de uniforme de «O Último dos Homens».
Já era tempo.
0 Comments:
Post a Comment
<< Home