O Misantropo Enjaulado

O optimismo é uma preguiça do espírito. E. Herriot

Sunday, September 04, 2005

Leitura Matinal -108

Com o computador avariado, em pleno fim de semana,
estou em casa alheia e sem logística para prestar
mais do que serviços mínimos, melhor dizendo, serviços
minimais. O falhanço em aceder à net, a partir do lar
levou o meu revolto pensamento para os fracassos poéticos
tantas vezes ocorridos quando se quer cantar algo que
se tem em grande conta, ou que impreesão das maiores
causou. E é humaníssima a tentativa de encontrar uma
desculpa, bem como uma troça, para versos ineptos, como a
de tentar, por essa via, ou diminuir o fogo interior, ou
aplacar a perturbadora causa do poema e dar um passo em
direcção à saída da intranquilidade.
Como ilustra D. Tomás de Noronha:

AS POESIAS QUE SE FIZERAM A UMA QUEIMADURA DA MÃO DE
UMA SENHORA

Ó mão não de cristal, não mão nevada,
Mão de relógio sim, pois que pudeste,
Nesta mísera terra em que nasceste,
Fazer dar tanta infinda badalada!

Que mão de almofariz enxovalhada
Foi tal como tu foste, ó mão celeste,
Pois foste, quando mais resplandeceste,
Em tantas de papel tão mal louvada?

Nem de Scévola a mão negra e grosseira,
Queimada entre murrões, publicamente,
Merecia tão míseras poesias.

Mas louvo-as de subtis em grão maneira,
Pois que, para apagar a flama ardente,
se fizeram de indústria, assim tão frias.

1 Comments:

  • At 9:59 AM, Blogger João Villalobos said…

    Caríssimo,

    Como viajante do teu blog, intimo-te a visitar o meu. eununcadisseisto.blogspot.com

    1 abraço de recuperação para o teu PC, P.C.P.

     

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