O Desagravo Ineficaz

Por renitência da net, não dei aqui conta da
tentativa que a Viúva e os Filhos de Rui Grácio
fizeram ontem, no «Público», de limpar a imagem do
Familiar, a propósito da reportagem sobre destruição
de livros do tempo da Outra Senhora, que pelo Falecido
teria sido ordenada, após o 25A.
Limitam-se os signatários, num caso a pedir desenvolvimentos,
no outro a justificar a Sua Memória Querida, sublinhando
que não teria sido mandado amputar as obras de vários
grandes escritores, somente arrancar as páginas iniciais que
contivessem citações de Salazar e Caetano.
Merece, sem dúvida, apreço a lealdade familiar. Mas a linha
de argumentação é inaceitável. Ou passamos a encomiar a
mutilação de livros, desde que a parte deles retirada
corresponda ao que não estimamos?