Liberdades
Ouvi Manuel Alegre. E fez-me pena vê-lo apresentar-se
como ironia viva do Apelido. Frisar a torto e a direito
que não subscrevia a decisão da direcção do PS que lhe
pretendera cortar as asas. É esta a liberdade da linda
República que temos, apregoa os direitos de candidatura
que depois deixa na mão de meia dúzia de dirigentes dum
partido. E se se der o caso de não vir a avançar, esse
sentimento de retracção para não dividir a área política
a que pertence ainda configura fraude maior, na medida em
que o espírito de facção - e não a fidelidade ao Todo nacional
- coarcta a endeusada e mentirosa liberdade.
Claro que para um monárquico tudo isto é natural. Não sendo
a chefia do Estado sujeita a combates, evitar-se-ia o triste
argumentário da Conferência de Imprensa sobre quem estaria
em melhor posição para bater a outra parte do país. A solução
Real evitaria que a unidade nacional se confinasse ao apoio
à Selecção, admitindo que aí exista, mesmo por parte dos que
não gostam do seleccionador.
A liberdade da república é por definição a dos poucos que se
candidatam com hipóteses de vencer. A liberdade de um sistema
de partidos à europeia não é, em caso algum a liberdade dos
Homens Livres. É a liberdade dos libertos. Mas eles nem sabem
qual a diferença...
como ironia viva do Apelido. Frisar a torto e a direito
que não subscrevia a decisão da direcção do PS que lhe
pretendera cortar as asas. É esta a liberdade da linda
República que temos, apregoa os direitos de candidatura
que depois deixa na mão de meia dúzia de dirigentes dum
partido. E se se der o caso de não vir a avançar, esse
sentimento de retracção para não dividir a área política
a que pertence ainda configura fraude maior, na medida em
que o espírito de facção - e não a fidelidade ao Todo nacional
- coarcta a endeusada e mentirosa liberdade.
Claro que para um monárquico tudo isto é natural. Não sendo
a chefia do Estado sujeita a combates, evitar-se-ia o triste
argumentário da Conferência de Imprensa sobre quem estaria
em melhor posição para bater a outra parte do país. A solução
Real evitaria que a unidade nacional se confinasse ao apoio
à Selecção, admitindo que aí exista, mesmo por parte dos que
não gostam do seleccionador.
A liberdade da república é por definição a dos poucos que se
candidatam com hipóteses de vencer. A liberdade de um sistema
de partidos à europeia não é, em caso algum a liberdade dos
Homens Livres. É a liberdade dos libertos. Mas eles nem sabem
qual a diferença...
2 Comments:
At 4:36 PM, �ltimo reduto said…
Um óptimo texto, Paulo, que naturalmente subscrevo. Eles que se desgraçem uns aos outros - ainda que correndo o risco de, de caminho, nos desgraçarem a nós... - nessa extraordinária invenção republicana...
At 8:53 PM, Anonymous said…
Com atraso, também subscrevo.
Se posso acentuar, a ideia que retive tem a ver apenas com o egoísmo feroz e cego. O importante é que o adversário não ganhe...
Triste.
JSM
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